segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Baraúnas é o líder

Como eu já esperava, teríamos mudanças na classificação após a divulgação das súmulas das partidas da primeira rodada do Potiguar 2017.

Segundo o art. 6° do regulamento do campeonato, e partindo para o número de cartões amarelos recebidos, apenas um empate permaneceu: Globo e Alecrim estão juntinhos em tudo no 7.° lugar. Eis a real classificação:

1.° Baraúnas, 3 pontos (1 vitória, saldo 2, 2 gols pró, 1 cartão amarelo)
2.° ABC, 3 pontos (1 v, saldo 2, gp 2, 3 ca)
3.° Potiguar, 3 pontos (1 v, saldo 1)
4.° América, 1 ponto (0 v, saldo 0, gp 0, 0 ca)
5.° Santa Cruz, 1 ponto (0 v, saldo 0, gp 0, 1 ca)
6.° ASSU, 0 ponto (0v, saldo -1)
7.° Alecrim, 0 ponto (0v, saldo -2, gp 0, 1 ca, 0 cv)
     Globo, 0 ponto (0v, saldo -2, gp 0, 1 ca, 0 cv)

O detalhe é que Santa Cruz 0x0 América foi o jogo que abriu o campeonato no sábado, mas a súmula ainda não foi divulgada. Todos os jogos realizados no dia seguinte já tiveram súmulas publicadas. O que será que atrasou a súmula em questão?

Deu no New York Times

Impossível não lembrar da música do grande Jorge Benjor. O descalabro penintenciário brasileiro e a seu último "acidente pavoroso", como disse o presidente Michel Temer, ocorrido aqui em Alcaçuz foi destaque no maior jornal do mundo, o americano The New York Times. 

Segue abaixo uma tradução livre da reportagem de hoje. Quem quiser praticar o inglês pode conferir a original aqui.

Contagem de mortos do motim de prisão no Brasil atinge 26; decapitações são vistas
Por Dom Phillips

RIO DE JANEIRO - A contagem de mortos de um motim numa penitenciária no Nordeste brasileiro subiu no domingo para 26 detentos, aumentando o número de assassinatos nas prisões do país neste ano para mais de 120.
Decapitações e mutilações são comuns nas prisões superlotadas e violentas do Brasil, nas quais 40% dos presos ainda não foram condenados, mas a mais recente onda de brutalidade deixou muitos aqui horrorizados.
O motim começou por volta das 5 da tarde no sábado na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, a 13 milhas de Natal, no estado do Rio Grande do Norte, e continuou até por volta das 7 da manhã no domingo, quando policiais de choque controlaram a prisão.
"A situação de rebelião está controlada", disse o Major Eduardo Franco da polícia do Rio Grande do Norte. 
No domingo, as autoridades inicialmente disseram ter encontrado 27 corpos, mas a contagem de mortos foi revisada mais tarde para 26; o Major Franco disse que havia ocorrido um erro. Muitos dos corpos foram mutilados.
Wilma Batista, diretora do sindicato dos agentes penitenciários do Rio Grande do Norte, enviou uma fotografia de dois corpos decapitados e esquartejados no pátio da prisão através de um serviço de mensagens por celular e disse que havia visto muitos outros.
"Nós estamos chocados", ela disse.
Com o Brasil atolado na recessão, o governo do presidente Michel Temer cambaleando de um escândalo de corrupção a outro e uma onda de violência prisional aparentemente incontrolável, muitos brasileiros sentem que estão voltando a  um recente passado mais sombrio, em que o crime, a violência e a corrupção estavam fora de controle.
"Achávamos que havíamos virado essa página, mas agora está tudo voltando", disse Maurício Santoro, professor de relações internacionais e ciência política da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. 
Os assassinatos refletem o aumento da guerra mortal entre facções que explodiu quando 56 detentos foram massacrados em Manaus, no estado do Amazonas, em 1.º de janeiro. Mais quatro foram mortos no dia seguinte noutra prisão da cidade. 
As autoridades estaduais atribuem as mortes de Manaus à Família do Norte, uma facção do tráfico de drogas que havia atacado detentos ligados a uma facção rival, o Primeiro Comando da Capital, de São Paulo, conhecida pela abreviatura PCC.
Acredita-se que as facções estão lutando pelo controle de lucrativas rotas de contrabando de drogas. Durante anos, o PCC foi aliado de uma facção de drogas do Rio de Janeiro chamada Comando Vermelho. No ano passado, a aliança acabou, deixando um rastro de assassinatos nas prisões.
Em 6 de janeiro, após o massacre de Manaus, 33 presidiários foram encontrados esquartejados numa prisão em Boa Vista no estado de Roraima, bem ao norte do Brasil. As autoridades estaduais disseram que o PCC estava por trás dos assassinatos. Mais 4 presos foram mortos numa terceira prisão de Manaus depois de terem sido transferidos do lugar do primeiro massacre.
O motim da noite de sábado começou quando presos ligados ao PCC se rebelaram durante o horário de visitas, a senhora Batista disse. Eles estavam numa prisão separada, Rogério Coutinho Madruga, que fica ao lado de Alcaçuz e é parte efetiva do mesmo complexo. Ela disse que apenas seis agentes penitenciários estavam de serviço e que eles conseguiram libertar os visitantes antes de recuarem para o outro bloco.
"Os agentes salvaram os visitantes e tiveram que se retirar", afirmou a senhora Batista.
Os presos que escaparam então atacaram um bloco dentro da prisão de Alcaçuz que abrigava homens de uma outra facção, o Sindicato do Crime do Rio Grande do Norte, disse a senhora Batista.
Desde 2015, muitas das celas de Alcaçuz não têm grades, e os prisioneiros locomovem-se à vontade 24 horas por dia, disse a senhora Batista.
Policiais e guardas prisionais conseguiram impedir que a matança se espalhasse ainda mais, mas a energia elétrica do presídio foi cortada. A polícia decidiu esperar até o amanhecer para entrar, e contiveram parentes desesperados que tentavam entrar.
Lincoln Gakiya, promotor de uma unidade de crime organizado em São Paulo que se especializou no PCC, disse que a separação do Comando Vermelho estava por trás da crise. A facção do Rio aliou-se a outras cinco facções pelo Brasil, incluindo o Sindicato do Crime.
"Esta guerra é pela hegemonia do comércio de drogas", o senhor Gakiya afirmou. "O sistema prisional não está preparado para esta guerra de facções. Não há espaço para separar as facções. O sistema está superlotado, então a tendência é piorar."
Um vídeo de celular circulava nas redes sociais mostrando um homem com o rosto coberto, brandindo o que parecia ser uma machete ou espada, andando entre um grande número de corpos mutilados no que aparenta ser o pátio do presídio. As letras PCC foram rabiscadas aparentemente com sangue numa parede.
Embora seja impossível confirmar a veracidade do vídeo, os corpos visíveis estavam com shorts azuis similares aos usados pelos presidiários vistos nas reportagens locais. Vídeos horríveis como este circulam desde os ataques.
O subtenente Eliabe Marques, policial e presidente da associação de subtenentes policiais e bombeiros, afirmou que a disputa entre Sindicato do Crime e PCC cresceu muito recentemente.
"Na cadeia, o preso tem que se juntar a uma ou outra das facções, PCC ou Sindicato do Crime", ele disse. É um fenômeno que está tornando a situação no Rio Grande do Norte ainda mais séria."
A senhora Batista disse que o sindicato dos agentes penitenciários avisara a respeito das condições potencialmente explosivas dentro do presídio, mas foi ignorado.
"É muito triste, não apenas pelo esquartejamento, mas de ver o o crime organizado enfrentar o estado, o poder estatal, deixando mais cicatrizes nos agentes penitenciários que sofrem psicológica e fisicamente por uma profissão tão estressante", afirmou.

É mais vantajoso

Os ingressos para o teste de fogo América x Potiguar, que acontece na quarta, às 21h, na Arena das Dunas, já estão sendo vendidos. Um lugar na arquibancada sai a R$ 40/inteira ou R$ 20/meia. Para os mais sofisticados, um lugar no setor Premium custa R$ 70/inteira ou R$ 35/meia. Confira os locais de venda aqui.

Mas sabem o que pesa menos no bolso até para quem paga meia? Associar-se. Pelos R$ 350 anuais (parcelados em 8 vezes de R$ 43,75 no cartão de crédito), o torcedor assiste aos jogos contra Potiguar e ABC praticamente pelo preço de um e sem enfrentar fila para comprar ingresso. Quem paga meia praticamente empata o valor. Isso tudo sem pagar nada na hora! 

Além disso, em fevereiro o número de jogos será bem maior.

Mas cada um sabe o tamanho do seu bolso e o que cabe nele. A dica fica para quem gosta de acompanhar pelo menos dois jogos por mês.

Semana cheia

Quem perdeu, empatou ou venceu nem tem tempo para muita comemoração ou lamentação. Nesta semana, o Potiguar 2017 tem duas rodadas e já pode colocar muita gente na berlinda.

A pressão no América, se já era grande, subiu muito com o empate sem gols com o Santa Cruz. Ninguém quer nem saber se houve expulsão. Felipe Surian sabe que esta semana é importantíssima para o planejamento de 2017. Na quarta-feira, o adversário é o sempre pedra no sapato Potiguar de Mossoró. No sábado, é a vez do rival centenário, o ABC. Qualquer que seja a combinação de resultados, a temperatura permanecerá alta, mas uma vitória no sábado pode fazer a fervura diminuir bastante.

O contrário é verdade no ABC. Tudo tranquilo e favorável. Mas uma derrota no sábado provoca um aumento de temperatura na Rota do Sol.

Para quem estreou com derrota, a coisa também anda quente, como é o caso de Globo e Alecrim. A chiadeira começou cedo.

Sem dúvidas, a primeira semana cheia do Potiguar 2017 vai ser eletrizante até os últimos minutos. Feliz de quem tem nervos de aço!

Today's headlines (01/16)

Let's start with the headline for the good: Hot on the trailer of 'La La Land', here come more movie musicals.

Now the others: Death toll from Brazil prison riot reaches 26; decapitations are seen, South Korea prosecutor seeks arrest of Samsung group leader in bribery case and Which Martin Luther King are we celebrating today?

A good week to everyone!

Source: The New York Times

Critérios de desempate

São tantos empates na tabela de classificação do Potiguar 2017 que eu fui conferir o regulamento no site da Federação Norte-riograndense de Futebol. Quem resolve a parada é o art. 6.°:

Art. 6.° - Ocorrendo empate em número de pontos ganhos entre duas ou mais agremiações em qualquer Fase ou Turno, serão aplicados os seguintes critérios de desempate, pela ordem e sucessivamente, exclusivamente em cada fase ou turno:
1.°) Maior número de vitórias
2.°) Maior saldo de gols
3.°) Maior número de gols marcados
4.°) Menor número de cartões amarelos recebidos
5.°) Menor número de cartões vermelhos recebidos
6.°) Sorteio público na sede da Federação, em dia e horário a serem determinados pela FNF.

Assim que saírem as súmulas da 1.a rodada poderemos esclarecer se há de fato empate entre ABC e Baraúnas no 1.° lugar e Alecrim e Globo no 7.° lugar.

Entre América e Santa Cruz, o 4.° critério resolve a parada a favor do Mecão, já que o Santa Cruz levou um amarelo e o América nenhum (o vermelho foi aplicado diretamente na expulsão de Marcos Júnior), a não ser que surja alguma surpresa na súmula de Leandro Saraiva.

A transparência de Geninho

Se tem uma coisa que ninguém pode reclamar é da transparência de Geninho. Se ele gosta, gosta. Se não gosta, não gosta. E todo mundo fica logo sabendo.

Fábio Gama, por exemplo, não caiu nas graças do treinador no ano passado. Recebeu uma chance neste ano e também não agradou. Tudo sem mistério. Se perguntar, Geninho responde na lata.

A bola da vez é Gegê. Pós-jogo, perguntaram a Geninho sobre a chegada dele para ser o camisa 10 do ABC. Olha a resposta do treinador, segundo publicação de Marcos Lopes:

"O Gegê é um garoto. Quem pensar que é a solução, não é. É mais um meia de chegada, não é um meia armador. Chega na área, faz gol, mas é um garoto e vamos ver como é que ele vai chegar. Não é um jogador que, de repente, vem para ser o dono. É um bom jogador e vamos torcer para que ele chegue aqui e arrebente."

O técnico abecedista ainda deixou claro que o jogador não foi indicação sua. Nem precisava.

domingo, 15 de janeiro de 2017

Potiguar 2017: Balanço da primeira rodada

Na abertura do campeonato estadual, os mandantes não se saíram tão bem. Foram 2 vitórias de visitantes, 1 empate e 1 derrota.

O Alecrim foi derrotado na Arena das Dunas pelo Baraúnas. 2x0, gols de Belém, de cabeça, e Caio, de pênalti. Público de 515 pessoas.

O ASSU perdeu em casa para o Potiguar por 2x1, gols de Lucy Júnior, Jozicley e Lomba. Público de 1.109 pessoas.

Santa Cruz e América não saíram do 0x0. 2.212 pessoas estavam na Arena.

E o único mandante a vencer foi o ABC, que bateu o Globo por 2x0, gols marcados por Nando. 4.050 pessoas estavam no Frasqueirão.

O ABC lidera o 1.° turno, empatado com o Baraúnas. O América é o 4.°, empatado com o Santa Cruz.

Imagem: Futebol Interior


Apaga tudo

Sabem tudo aquilo que eu falei a respeito de pesar muito neste início o tempo de preparação da equipe? Podem esquecer. ABC 2x0 Globo, ASSU 1x2 Potiguar e, principalmente, Alecrim 0x2 Baraúnas provaram que a lógica é um mero detalhe no futebol. Essas três partidas envolveram em campo equipes que investiram tempos totalmente diferentes na preparação. E, como bem comentou Janaina ao ver os resultados, os últimos terminaram sendo os primeiros.

No caso de Alecrim e Baraúnas, então, a disparidade era gritante. O Alecrim foi o segundo a começar os treinos para o estadual; o Baraúnas, o último. E num jogo de insípida organização tática, o Baraúnas soube finalizar melhor e conquistou grande resultado.

A técnica superou a tática e a preparação física nos jogos de estreia neste domingo. 

Quando digo que futebol é brinquedo do cão...

"Obrigação de correr atrás do resultado"

Depois do empate com sabor de derrota,  Dija Baiano, que mostrou bom futebol, falou ao site do América: "Foi nosso primeiro jogo, a estreia, a adrenalina lá em cima, e a vontade de vencer, isso tudo conta. Seria normal se a gente cometesse um erro ou outro. Foi o primeiro jogo oficial. Perdemos um jogador logo no começo e isso dificultou ainda mais, mas faz parte. Chegamos no América sabendo da responsabilidade que será vestir essa camisa este ano e assumimos o desafio. Passado o nervosismo da estreia, agora o foco passa para o próximo adversário. Infelizmente não conseguimos nosso objetivo, que era começar vencendo. Agora temos a obrigação de correr atrás do resultado na quarta."