Contrariando a lógica da boa preparação que vigora no futebol brasileiro, o ABC decidiu que não vai viajar no sábado para o Piauí para enfrentar o River, e sim no domingo à tarde. Ou seja, o time de Geninho abriu mão de chegar dois dias antes da partida, como manda o figurino quando a viagem é longa.
Fosse a crise financeira a justificativa, não se poderia questionar a decisão. Se não há dinheiro, não há dinheiro. Fim da estória. Mas não foi essa a justificativa.
No Globo Esportivo 2.a edição, da Rádio Globo Natal, Ricardo Silva trouxe a informação de que foram os jogadores que pressionaram a diretoria, dizendo que já estavam quase classificados e que queriam diminuir a ansiedade viajando um dia depois.
No mesmo programa, Marcos Lopes recebeu a informação de que o dia a menos de viagem representava uma economia de R$ 20 mil, e que este dinheiro seria repassado integralmente aos jogadores.
De um jeito ou de outro, a decisão foi de deixar todo mundo de orelha em pé. Os jogadores já acham que estão classificados e se acharam no direito de pressionar a diretoria para viajar num prazo mínimo para o jogo? Vixe, alerta máximo ligado! Tá todo mundo na luta e essa não seria a hora de tirar o pé. Quanto mais cedo sair a classificação, melhor para o clube, que poderá até descansar certos jogadores antes da fase final.
Os jogadores resolveram pressionar para receber os R$ 20 mil da viagem? Pior ainda, vez que essa não é a hora de falar em tais assuntos.
O que assusta é a diretoria do ABC entender que, melhor do que sair do Piauí com a classificação praticamente na mão, faltando definir apenas em que lugar do G4 o ABC ficará, é arriscar reduzir o descanso pós-viagem para economizar R$ 20 mil para distribuir esse dinheiro com os jogadores.
Péssima hora para inovar. A diretoria deu sopa para o azar e esse deslize pode custar bem mais do que R$ 20 mil. Pior: se o ABC trouxer uma derrota do Piauí, o mundo vai desabar sobre os dirigentes alvinegros.