sábado, 9 de abril de 2016

Potiguar 2016: Palmeira x Baraúnas às 19h

Local: Estádio Nazarenão

Palmeira (4-4-2): Yure Wendel, Augusto, Diego Rocha, Jardel, Guilherme; Russo, Willian, Caça-Rato, Binha; Raykar, Douglas. Técnico: Dalmo de Oliveira.

Baraúnas (4-4-2): Érico, Joshua, Victor, Cláudio Baiano, Márcio Costa; Luís Felipe, Júnior Borracha, Batata, Marquinhos Bahia; Romário, Robert. Técnico: Agnaldo Fidélis.

Árbitro: Carlos Alberto de Berta (FNF)
Assistentes: José Givanilson dos Santos (FNF) e Allan Lopes de Oliveira (FNF)

Destaques do Palmeira
Caça-Rato - bom na movimentação e na finalização.
Binha - bom na movimentação.

Destaques do Baraúnas
Érico - experiente.
Júnior Borracha - bom na marcação e no apoio ofensivo.

Prognóstico: o Palmeira (8.°) joga como franco atirador e pode surpreender o Baraúnas (7.°), que não consegue voltar à melhor formação. Empate.

Potiguar 2016: ASSU x ABC às 16h

Local: Estádio Edgarzão (transmissão ao vivo para todo o Brasil pelos canais EI MAXX 2 e Esporte Interativo)

ASSU (4-4-2): Anderson, Ila, Romeu, Gilmar, Rogerinho; Lano, Jair, Vasconcelos, Paulinho; Lins, Tiago Souza. Técnico: Wassil Mendes.

ABC (4-4-2): Vaná, Erivelton, Gustavo Bastos, Léo Fortunato, Alex Ruan; Márcio Passos, Naldinho, Lúcio Flávio, Echeverría; Jones Carioca, Nando. Técnico: Geninho.

Árbitro: Pablo Ramon Pinheiro Gonçalves (CBF)
Assistentes: Flávio Gomes Barroca (CBF) e Francisco Jailson da Silva (CBF)

Destaques do ASSU
Gilmar - zagueiro artilheiro.
Tiago Souza - bom na movimentação e na finalização.

Destaques do ABC
Vaná - seguro.
Nando - artilheiro.

Prognóstico: o ASSU (4.°) conta com sua torcida para superar o desfalque do goleiro e o ABC (2.°) para armar sua classificação. Empate.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

A identidade com o clube

Já abordei várias vezes, embora indiretamente, esse tema por aqui. Alguns treinadores criam identidade com um clube e isso é benéfico para ambos, especialmente porque uma longa relação tende a dar mais frutos. É claro que, no Brasil, essa identidade é ainda permeada por muitas idas e vindas, com direito a longas pausas. De todo jeito, cito rapidamente Carlos Alberto Silva e Guarani (fui longe...), Telê e São Paulo, Muricy e São Paulo, Tite e Corinthians, Roberto Fernandes e América, que são os mais firmes na minha memória. 

Essa identidade firma até o jeito de jogar da equipe. Alguém imagina, por exemplo, um São Paulo retranqueiro ou um América sem ofensividade? Não combina. A torcida não aguenta por muito tempo e o nível de exigência sufoca qualquer caminho em outra direção.

O UOL publicou hoje uma entrevista interessantíssima com Argel Fucks, ex-América, atual treinador do Internacional de Porto Alegre. Argel demonstra ter consciência de como essa identidade, muito em falta no futebol brasileiro em geral, é importante para clube e treinador e teve coragem de riscar outros clubes de sua lista em nome dela. Vale a pena conferir seu posicionamento.

O planejamento de 2016
Primeiro você faz um projeto e ele engloba diretoria, comissão técnica... O Internacional precisava de uma reformulação, ela estava atrasada. E por jogarmos só Gauchão e Primeira Liga, ganhamos o tempo necessário para rejuvenescer a equipe. Esse não é um pensamento só meu, é do clube. Nós apostamos na base, subindo muitos garotos e dando confiança a todos eles. Conseguimos dar padrão na parte técnica e tática, dar uma melhorada na parte física. Esse era um problema crônico, no ano passado faltou a preparação física ideal. A gente conseguiu melhorar em todas as áreas. Fizemos um time mais competitivo, veloz e agressivo. É um time que joga um futebol com transição mais rápida. Claro que não estamos no nível ideal, temos que crescer. Mas o caminho é esse... (...) Estamos entre 60 e 70% daquilo que podemos render. Os jogadores sabem a forma de jogar, os jogadores que temos são versáteis e nos dão muitas possibilidades. Temos dois volantes e depois deles, podemos variar sempre.

Sobre as mudanças táticas do Inter
Primeira coisa é que você não aprende nada sobre futebol em livro. Futebol você aprende se for ver, se participar. Estive em Portugal, vi o que eles estão fazendo por lá e conversei com várias pessoas. Mas o que difere este ano do outro é tempo. Eu fiz 10 jogos seguidos, logo que cheguei, com três dias de descanso entre eles. Não tinha como trabalhar nada. Nada. A grande diferença não é que fui estudar futebol, eu sou treinador há oito anos. Passei por 15 clubes antes de chegar ao Internacional, passei por vários estágios. Ganhei do Inter com São José, Figueirense... O meu trabalho foi que me trouxe aqui. Mas para qualquer coisa, é preciso tempo. É preciso tempo para dar padrão, criar modelo de jogo. Com o tempo, aí é possível programar trabalhos e formar trabalho duradouro. A única diferença é o tempo.
Esse ano nós conseguimos fazer trabalhos diferentes. Agora eu conheço a comissão técnica e sei que posso delegar tarefas para os auxiliares. Não preciso me desgastar em todos os treinos, o Odair, Galego e André conseguem comandar trabalhos bem. (...) Ano passado a gente chegava 30 minutos antes do treino. Agora chegamos 1h30 antes e planejamos tudo. Planejamos cada minuto do treino, a semana inteira. 

Sobre seu trabalho ser subestimado
Não me preocupo com isso, sinceramente. (...) Sei de onde saí, tenho convicção. Venci como jogador assim, estou vencendo como treinador assim. (...) A minha diretriz, a minha forma, não vou mudar. Eu sou o mesmo quando ganha, perde ou empata. Não mudo com os jogadores, com a imprensa. Com ninguém. A forma que uso me fez vencer mais do que perder, então tem seu valor. Mas não me apego. Se achar outro jeito que me faça vencer mais, vamos lá.

Sobre o melhor time do Brasil na atualidade
(...) O Corinthians continua jogando bem. O Corinthians criou uma identidade, essa é a verdade. Soma as duas passagens do Tite aí, soma. Dá quase cinco anos. O Corinthians tem um jeito definido de jogar futebol e ninguém mais no Brasil tem isso. É o jeito do Tite. Todos os funcionários conhecem ele, todos os jogadores, a diretoria. Torcedor. Isso ajuda a criar identidade de trabalho. E isso só vai se conseguir com três, quatro, cinco ou sete anos. Me lembro do Manchester United com o Alex Ferguson. O Barcelona e sua identidade. O Atlético de Madri do Diego Simeone. Jorge Jesus no Benfica, Mourinho no Porto e no Chelsea.

Se aceitaria convite da Seleção Brasileira
Não. (...) Não tenho vontade nenhuma de treinar a Seleção Brasileira. (...) Nunca me fascinou e acredito que nunca vai ter isso. Nunca foi meu objetivo, meu desafio. A Seleção Portuguesa e o Benfica me fascinam. A Seleção Brasileira não. Mas agora estou muito feliz, estou em um clube de ponta do Brasil. Pretendo renovar meu contrato, que vai até dezembro. Pretendo criar uma identidade com o clube. Ficar quatro ou cinco anos no Inter, fazendo mais ou menos aquilo que o Tite fez no Corinthians. Criar identidade do treinador com a equipe e seu jeito de jogar. Aí, no futuro, quem sabe eu possa treinar em Portugal. Mas claro que para chegar lá, preciso ganhar um Brasileirão, Libertadores. Tenho vontade muito grande de jogar Libertadores como treinador. Acho que o perfil da Libertadores vai se encaixar demais no meu perfil de treinador...
Se quisesse sair do Inter, já poderia ter saído. A partir do momento em que você trabalha bem, em um clube gigante como o Internacional, tem reconhecimento. Já recebi convites de times de ponta [Fluminense confirmou convite], neste ano, e recusei. Não pensei em momento algum na hipótese. Comi o pão que o diabo amassou para chegar aqui. E se sair, não tem problema algum também, vou ficar menos de 10 dias desempregado. Mas receber contato é bom, significa que existe uma boa imagem do seu trabalho. Isso dá confiança maior de seguir em frente.

Inegável

Hoje Nei Leandro de Castro trouxe a lembrança do grande Millôr Fernandes em seu texto na Tribuna do Norte. Millôr era o mestre dos aforismos, cheios de humor e inteligência. Nei lembrou um que eu não conhecia:

"Racista é um cara que jamais mandou examinar sua árvore genealógica."

Sem mais. Genial.

Sampaoli queria a Seleção, que queria Tite...

Pois é. Isso lembra o famoso poema Quadrilha de Carlos Drummond de Andrade:


Na mesma semana em que alardeou a permanência de Dunga como técnico da Seleção Brasileira, a CBF recusou Jorge Sampaoli, que foi oferecido por empresários, e levou um não de Tite, que alegou que não abandonaria o Corinthians no meio da Libertadores. O técnico argentino foi oferecido a Gilmar Rinaldi e à cúpula da CBF. Tite foi sondado apenas pelos altos mandatários da entidade.

E aí, como Sampaoli queria a Seleção, que queria Tite, que queria o Corinthians pelo menos até o fim de sua participação na Libertadores, Dunga fica até a Copa América Centenário. Se perder...

A primeira ninguém esquece

Nesta semana, de tanto ouvir uma amiga falar nos benefícios vitais da acupuntura, resolvi experimentar, apesar de não gostar muito da ideia de ter agulhas espetadas em mim - normalmente tenho uma pequena reação alérgica na pele ao fazer exame de sangue, por exemplo. Mas iria passar por uma avaliação primeiro.

A minha lista de doenças era tão grande que esqueci de dizer que tenho asma! Mencionei quase tudo da cabeça ao pés, mas a danadinha ficou de fora. O terapeuta (Seria esse o nome adequado? Ou seria médico, já que se trata de medicina chinesa? Ou apenas acupunturista, dificílimo de pronunciar?) pareceu ouvir com atenção. Ao me dizer que tudo é emocional, ele terminou usando uma frase de efeito que quase me fez levantar e.ir embora: "nós somos aquilo que pensamos." Pronto. Lair Ribeiro. Se quiser meu respeito, não venha com Lair Ribeiro ou Augusto Cury para perto de mim. A menos que queira contar como alguém enriqueceu do zero contando histórias circulares, que não saem do canto. 

Mas eu queria ver até onde aquilo ia. Então resisti e fiquei paradinha lá na minha maca sem sapatos e sem relógio. Sem qualquer aviso, ele começou a colocar as agulhas. Começou pelos meus pés. Eu só pensava na minha amiga que indicara a acupuntura. Nesse momento alguns palavrões acompanharam o pensamento, já que eu não imaginava que seria espetada assim, sem nenhuma preparação. 4 nos pés, 4 nos braços e uma filha da mãe bem na cabeça. As outras nem incomodavam, mas a da cabeça parecia repuxar o topo do couro cabeludo. Ô coisa para latejar! Reclamei duas vezes e ele tentou piorar a dor para ver se eu aguentava ficar com ela. Respondi que, quanto a aguentar aquela dor por 20 minutos, aquilo não era nada perto das enxaquecas que costumo ter. Ele disse que ela era a correspondente ao meu ombro, daí a dor. Já ouvirá isso: cada um sente uma agulha diferente doer mais. Tudo depende de qual órgão é o incômodo da vez.

Eu tinha que ficar 20 minutos deitada na maca com as agulhas. Deveria relaxar. Eis um drama para quem é ansiosa: relaxar. Mas levei a sério. Fiquei olhando para o teto branco. Depois para as persianas. Uma coceirinha nas agulhas dos pés. "Vou pensar em outra coisa". Fiquei ouvindo alguns barulhos externos e projetando o que eles eram. A coceira deixara as agulhas dos pés e à região entre pescoço e queixo, típica da alergia. Agora eu teria que coçar. Resisti o quanto pude, mas enfim cocei. Nesse momento vi o tamanho das agulhas no meu braço esquerdo. Jesus! Pareciam a espessura do Oxford Advanced Learner's Dictionary! Quase uma mão inteira!

"Tenho que relaxar". Percebi que meus braços não estavam totalmente em contato com a maca. Inconscientemente eu resistia a relaxar. Relaxei os ombros um pouco mais. Quando vi, estava pensando numa música de Jorge Vercilo. Agora nem lembro mais qual era, mas já botei os CDs para tocar no carro até encontrá-la.

Por mais duas vezes tive que obrigar meus ombros a relaxarem sobre a maca. "Como sou tensa!", pensei. Senti um leve sono. "Quanto tempo será que passou? Acho que uns dez minutos." Fiquei pensando quantas outras salas semelhantes existiriam ali. Eu sabia que havia pelo menos mais uma pessoa em atendimento.

O barulhinho bem longe do ar condicionado era ritmado. A coceira ente o queixo e o pescoço voltou. Fiquei alerta novamente. Apesar de toda a espera, não estava estressada ou achando que desperdiçava tempo. Ouvi uma porta bater. "A próxima sou eu. Acabou.", pensei. Ele entrou: " E aí?". "Tudo bem", respondi.

Retirou minhas agulhas e me disse que poderia voltar no mesmo horário na semana seguinte. Ah, pediu que eu fosse de bermuda para conseguir espetar minhas pernas. Claro que ele não usou esse termo "espetar", mas é o resumo para mim: espetar agulhas em mim.

Ele colocou umas sementes de mostarda na minha orelha direita. Espetam também. Cada uma com uma função. Tenho que apertá-las 3 vezes ao dia. E doem muito mais do que as agulhas. Nessa hora, ele comentou que eu teria alguma coisa no pulmão. "Black magic?" Eu nem comentei da asma!

Fiquei esperando se sairia muito elétrica (a amiga que indicou me disse que se arrependeu de ter ido à noite por isso) ou muito zen. Não. Saí normal. Mas um normal diferente. Ao entrar no carro para dirigir, reclamei normalmente de duas barbeiragens (reclamo apenas para mim) e, pela primeira vez, não me senti furiosa por estar rodeada de gente que ou não sabe dirigir, ou não respeita a lei, ou os dois. Aquilo provocou em mim nada. Parecia até uma coisa inexistente.

Descobri que a junção do polegar direito com a mão ficou dolorida, assim como o cotovelo direito. Mas pelo efeito até agora, valeu a pena ter experimentado a acupuntura. Quero só ver o que ocorrerá na próxima semana.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Globo fora

Deu a lógica. Apesar de a Copa do Brasil ser terreno fértil para zebras, o Globo não teve forças suficientes para superar o forte Bahia e está fora do Copa do Brasil. Duas coisas devem ser ressaltadas: uma, o Globo foi melhor neste ano do que no ano passado, quando foi goleado dentro de casa pelo América de Bob e nem teve direito à segunda partida; dois, Rivaldo (ex-América) marcou um golaço que deve rodar o Brasil nesta semana. 

Agora o RN só conta com dois representantes: o ABC, que já fez uma partida (empatou com o Goianésia fora de casa); e o América, que nem estreou ainda (enfrenta o Gama).

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Copa do Brasil 2016: Bahia x Globo às 21h45

Local: Itaipava Arena Fonte Nova (transmissão ao vivo para o RN pela InterTV Cabugi)

Bahia (4-3-3): Marcelo Lomba, Hayner, Robson, Éder, Moisés; Paulo Roberto, Júnior Ramos, Juninho; Luisinho, Edigar Junio, Thiago Ribeiro. Técnico: Doriva.

Globo (4-4-2): Rafael, Geovanne, Negretti, Jamerson, Renatinho Carioca; Leomir, Pablo Oliveira, Rivaldo, Renatinho Potiguar; Romarinho, Vavá. Técnico: Luisinho Lopes.

Árbitro: Rodolpho Toski Marques (PR)
Assistentes: Ivan Carlos Bohn (PR) e Luciano Roggenbaum (PR)

Destaques do Bahia
Marcelo Lomba - seguro.
Edigar Junio - bom na movimentação e na finalização.

Destaques do Globo
Romarinho - bom na movimentação e na finalização.
Vavá - atacante que não perdoa.

Prognóstico: o Bahia não deve ser surpreendido pelo Globo. Bahia classificado.

terça-feira, 5 de abril de 2016

Marketing eficiente

Esporte Interativo, América, FNF e até a Arena das Dunas não sabem mesmo vender seu peixe - o campeonato estadual. O jogo América x Globo, que deveria passar para antes dos jogos ASSU x ABC e Potiguar x Alecrim, ou no mínimo ser disputado no mesmo horário dos outros jogos, ficou às 16h no domingo, enquanto Potiguar x Alecrim e ASSU x ABC jogam 24h antes.

Nem na Arena das Dunas o jogo será. Quem quiser acompanhar a partida terá que se deslocar até Goianinha.

Só muita reza para que ASSU x ABC acabe empatado e Potiguar x Alecrim tenha o mandante como vencedor. Apenas nessa situação, América, FNF e Esporte Interativo terão o que comemorar no domingo. Fora disso, teremos um melancólico cumprimento de tabela no domingo no jogo isolado da 6.a rodada.

Se  América x Globo ocorresse no sábado, a expectativa aumentaria para ASSU x ABC e Potiguar x Alecrim, acaso estes fossem disputados no domingo. Agora, essa expectativa só existirá em relação ao jogo de domingo se houver a combinação de resultados apontada acima.

Um espetáculo de marketing! Coisa de quem sabe mesmo vender seu peixe.


Tecnologia que escraviza

Tem sido assim desde que surgiram os computadores pessoais. Nada tecnológico tem duração produtiva longa. O produto que hoje é lançamento, amanhã torna-se obsoleto.

Há 3 anos comprei um Motorola lançamento. Pedi pela internet. Perto de acabar a garantia, tive que mandá-lo para a assistência. Foi duas vezes, mas ficou bom. Aí as coisas começaram a ficar lentas, a bateria já não durava como antes, era preciso atualizar o sistema operacional... Pronto. A paciência para uso do celular começou a ser exercitada a cada toque na tela. 

Aí o botão físico de ligar/desligar ficou eternamente na posição ligar. Baixei um aplicativo para ligar e desligar a tela virtualmente. A bateria começou a pedir recarga no meio do dia. À essa altura, choviam críticas de amigos e familiares por eu insistir com um celular que não prestava mais. Mas eu gostava do bichinho e resistia à ideia de comprar um celular pelo dobro do preço e com algumas coisas que não eram exatamente as desejadas.

O aplicativo do banco não lia mais códigos de barra. E eu achando que o problema era o aplicativo. Reclamei inúmeras vezes na página do banco no Facebook. O Twitter parou de me notificar imediatamente. Reclamei em inglês e em português nos canais do aplicativo, inclusive publicamente.

Com a aproximação do meu aniversário, fui intimada a escolher um celular, sob pena de receber qualquer um, especialmente um mais caro. Acho um absurdo o valor que se cobra num bom celular hoje. Então, corri para avaliar as opções. Sou fascinada por HDTV, e como o meu anterior também tinha, embora também tenha deixado de funcionar bem, essa era uma condição sine qua non para o novo modelo. E nada de qualquer marca. Somente Sony e Motorola estavam na minha lista. Pesei tudo e fiquei com a melhor opção no melhor preço (quase o dobro do anterior). 

Fiquei maravilhada como tudo voltou a funcionar a contento: o aplicativo do banco, o Twitter, o e-mail. Como é bom digitar em velocidade! A carga da bateria não é lá essas coisas todas: dura um dia e meio, como era com o outro no princípio, no entanto, bem melhor do que apenas meio dia.

A minha constatação é a de que somos escravos das empresas de tecnologia. Essa corrida por atualizações transforma tudo em obsoleto em pouquíssimo tempo. Ficamos com uma bomba na mão, às vezes até antes de quitar o produto adquirido. 

Isso acontece com automóveis, celulares, computadores, aparelhos de TV e tudo mais que utilize qualquer tipo de inteligência artificial.

O Windows 10 vive me implorando para ser baixado no meu laptop, que nem bateria tem mais. Para que, se o atual funciona bem? Lembro bem da infelicidade que vivi ao sair do melhor Windows de todos os tempos, o XP, para o verdadeiro mico que era o Vista. 

O Android KitKat terminou com a alegria que sentia com o Jelly Bean. Agora nem sei qual vem no celular atual. Mas já sei que vou resistir o quanto puder a atualizá-lo, especialmente quando ele já estiver "velho", o que ocorre após um ano.

Essas atualizações são verdadeiras armadilhas. No fim, elas vão lhe levar a gastar mais dinheiro para comprar um produto que funcione, porque o seu, tantas vezes atualizado, já não presta mais. É um ciclo sem fim. E outras coisas da vida deixam de ser feitas porque era preciso trocar de carro, de TV, de computador, de celular...

Precisamos mesmo de tanta atualização?