O América não tomou o menor conhecimento do Palmeira. Time misto, com direito a estreias tanto entre titulares como entre reservas. Só que o time de Goianinha sofreu com uma noite inspiradíssima de Daniel Costa.
Aliás, Daniel joga com a 8, mas tem o talento dos antigos camisas 10. Jogo afobado, correria? Isso fica para os outros. Como cansei de ouvir Rivelino ensinar na antiga Bandeirantes, "não corra, meu filho. Faça a bola correr." Assim é Daniel Costa: não corre; faz a bola correr.
O América venceu. 5x0. Todo mundo jogou bem? Não. Magalhães até se esforçou no 1.° tempo, mas não dá. Arranjou uma contusão e muitos aplausos foram ouvidos ao sinal do médico de que era necessária sua substituição.
Gláucio precisa se inspirar mais em Max e incomodar a saída de bola adversária. Mas fez um bonito gol.
Alfredo entrou, tomou n decisões erradas (a exemplo de Emerson, que não jogou) mas também marcou.
Maguinho continua a demonstrar que seu negócio não é a marcação lá atrás. Faz faltas bobas e às vezes perigosas. É eficientíssimo mais à frente.
Júnior Timbó continua em outro ritmo. Irritante por enquanto. Acho que inspirou o ótimo Thiago Potiguar, há dois jogos meio ineficiente.
Wálber vem demonstrando bom equilíbrio entre ataque e defesa.
Zé Antonio e Cléber estiveram bem. Zé, que tem ótima saída de bola e bons lançamentos, só precisa se impor mais fisicamente. Dar umas barrigadas nos adversários como Clebão faz é absolutamente permitido aos zagueiros.
Judson, sempre um leão, cresce a cada jogo. Seus passes melhoraram consideravelmente.
Busatto vai ganhando confiança, extremamente importante em sua posição.
Álvaro e, principalmente, Mateus encheram meus olhos. Álvaro marcou na primeira oportunidade. Muito bem posicionado o tempo todo. Mateus dribla em velocidade e para frente, como deve ser. Guardadas todas as devidas proporções, me fez lembrar a estreia de Arthur Maia, um meia que passou pelo América no ano passado e jogou muito bem no 1.° semestre. Com uma vantagem: não é baixinho.
O que tudo isso tem a ver com o título? É que na minha caminhada para o carro após o jogo, escutava um garotinho chorar copiosamente no colo de sua mãe. Isaac chorava, segundo ouvi, porque queria ver mais gols do Mecão. Os cinco foram poucos. A mãe lhe consolava prometendo que voltariam à arena na próxima quarta. Só que o garotinho queria mais gols naquele momento. Não fosse uma véspera de clássico, Isaac talvez fosse atendido. O Palmeira não demonstrou qualquer capacidade de resistir a um time tão modificado. Imaginem se pega o time desenhado como titular.
5x0 ficou de bom tamanho para ambos os times. Mas Isaac e a torcida ficaram com a sensação de que cabiam muitos gols mais. Também pudera! O time de Bob, com todos os defeitos, agora tem 11 gols de saldo em apenas 5 jogos disputados. Por isso, Isaac vai ficando "mal" acostumado.
O centenário começou muito bem.