Apesar de jogadores, membros da comissão técnica e até a Globo tentarem negar, o mundo inteiro comentou o visível abalo emocional dos jogadores da seleção brasileira antes mesmo do fim da disputa com o Chile pelas oitavas de finais, a ponto de o capitão Thiago Silva ter pedido para ser o último dos 11 jogadores a bater o pênalti, depois até mesmo do goleiro Júlio César.
Hoje a CBF trouxe de volta a psicóloga Regina Brandão, que já realizou outros trabalhos para a seleção e Felipão, inclusive no ano passado, por ocasião da Copa das Confederações.
Em entrevista a Rádio Jovem Pan, a experiente Suzy Fleury afirmou que até mesmo o ato de os jogadores cantarem o hino com a torcida, apesar de bonito, é prejudicial à concentração por deixar o time muito preocupado com o que se passa fora do campo.
Ela é contra o choro dos atletas dentro de campo e alerta que tudo pode ficar pior com a chegada de partidas cada vez mais decisivas: "Pela linha cognitiva, chorar não é um indicador favorável de concentração. Sou absolutamente contra o atleta mostrar esse nível de fragilidade nesse momento da competição. Se isso fosse significado de força, haveria um rendimento melhor. Eles estão devendo, inclusive, na questão técnica." (...) "A comissão técnica precisa realizar um trabalho contrário. Ela precisa demonstrar e buscar um equilíbrio para a sua equipe. O descontrole é um indicador de que a coisa precisa de uma atenção especial porque, se continuar assim, vai piorar. A cada jogo decisivo os aspectos emocionais vão ser colocados à prova. É importante que a comissão técnica dê o tom e que seja uma referência de estado ideal para a equipe".
Suzy Fleury ainda alertou para o cuidado que Felipão deve ter na hora da preleção. "O comando das emoções está diretamente relacionado a forma de pensar. Por isso, na hora de realizar uma preleção, é importante escolher qual filme será exibido porque, às vezes, essa prática pode provocar sentimentos de tristeza e de maior preocupação".
Pilhar demais os jogadores tem efeito devastador no rendimento devido ao abalo emocional. Só não vê quem não quer.