O técnico da seleção mexicana Miguel Herrera deu entrevista ao FIFA.com e falou, dentre outras coisas, sobre a incrível situação de ter sido cortado na última hora para a Copa 1994 e agora, 20 anos depois, conseguir sua classificação em cima da hora.
Confira alguns trechos interessantíssimos:
Como jogador, você perdeu a chance de disputar a Copa do Mundo da FIFA 1994 no último minuto. Agora, a vida lhe apronta algo parecido, mas no sentido inverso. Já parou para pensar nessa ironia? Assim são as coisas. Disputei as eliminatórias do começo ao fim como jogador e na última convocação me falaram que eu estava na lista... mas dos que ficariam no México. Não me levaram (Miguel Mejía Barón era o treinador da seleção mexicana em 1994). Foi muito doloroso. Agora de repente sou eu que vou ao Mundial em cima da hora. Fico contente pelo que conquistei como técnico. Mas agora isso ficou para trás. Já nos classificamos e temos que ir em busca de resultados positivos na Copa. Não penso mais nas eliminatórias, quero passar à próxima etapa.
Falemos sobre a recusa de Carlos Vela em defender a seleção. Como explicar o peso desse jogador a quem não acompanha tanto a equipe? Vela está para o México como quem está para que seleção?
Não posso colocar as coisas nesses termos. Outro dia, alguém disse uma besteira tão grande, fazendo uma comparação com Messi ou Cristiano Ronaldo. Mas não, no México ainda não temos esse tipo de jogador. Carlos é muito bom jogador e está vivendo uma fase extraordinária, mas tem seus motivos para não querer estar na seleção. O México não ficará pior sem ele, pelo contrário, ficará melhor, porque quem estiver no grupo estará comprometido.
Não posso colocar as coisas nesses termos. Outro dia, alguém disse uma besteira tão grande, fazendo uma comparação com Messi ou Cristiano Ronaldo. Mas não, no México ainda não temos esse tipo de jogador. Carlos é muito bom jogador e está vivendo uma fase extraordinária, mas tem seus motivos para não querer estar na seleção. O México não ficará pior sem ele, pelo contrário, ficará melhor, porque quem estiver no grupo estará comprometido.
Levando em conta o que aconteceu com você em 1994, é ainda mais difícil entender a postura dele?
Muito mais! Sofri muito por não ter ido à Copa. Dei minha vida para estar lá, mas na última convocação me excluíram. Fiquei pasmo na época e voltei a ficá-lo quando estive com Carlos e ele me disse "não, não e não". Que não estava com cabeça, que não iria nos servir porque não estava concentrado e que seria melhor chamar outro jogador. Ficou claro que ele não quer estar na seleção.
Muito mais! Sofri muito por não ter ido à Copa. Dei minha vida para estar lá, mas na última convocação me excluíram. Fiquei pasmo na época e voltei a ficá-lo quando estive com Carlos e ele me disse "não, não e não". Que não estava com cabeça, que não iria nos servir porque não estava concentrado e que seria melhor chamar outro jogador. Ficou claro que ele não quer estar na seleção.
(...)
Gostaríamos de conhecer suas ambições no Brasil. Sabemos que você não gosta de falar do famoso quinto jogo e que prefere sonhar com a final, mas o México tem reais condições de mirar tão alto?De fato a história não fortalece nosso discurso. O que disse é que, se não vou a uma Copa pensando em ser campeão, então vou a passeio. E esse não é o pensamento do México. Nosso pensamento é tentar ser campeão mundial. Contamos com boa infraestrutura e bons jogadores, então por que não sonhar? É claro que, considerando nossa história, devemos mirar no quinto jogo e, se chegarmos lá, as pessoas ficarão felizes com o que quer que aconteça depois. Essa é a meta que a Federação estabeleceu: vamos chegar às quartas e depois veremos quem nos para. Conseguimos apenas uma vez na história e agora queremos repeti-lo. Seria extraordinário.
Faltam pouco menos de 100 dias para o início do Mundial. O fato de ser o Brasil o anfitrião tem um significado especial para você?
Estes 100 dias até a Copa serão muito intensos. O tempo passa muito rápido, ainda mais quando você espera que algo sensacional aconteça na sua vida. Jogar um Mundial no Brasil é viajar na história: o Maracanã, os anos 1950, a lembrança de um torneio épico. É fantástico estar onde a festa do futebol impressiona, pois há jogadores muito talentosos no país. Será uma competição sensacional e o México fará uma Copa diferente, sem dúvida nenhuma. Assim como o Brasil um dia fez história no México, por que não fazermos história no Brasil?
Estes 100 dias até a Copa serão muito intensos. O tempo passa muito rápido, ainda mais quando você espera que algo sensacional aconteça na sua vida. Jogar um Mundial no Brasil é viajar na história: o Maracanã, os anos 1950, a lembrança de um torneio épico. É fantástico estar onde a festa do futebol impressiona, pois há jogadores muito talentosos no país. Será uma competição sensacional e o México fará uma Copa diferente, sem dúvida nenhuma. Assim como o Brasil um dia fez história no México, por que não fazermos história no Brasil?
Fonte: FIFA.com