E hoje procuro orientar o máximo que puder a todos com o menor sinal de refluxo para que isso não lhes aconteça. Adiei por muito tempo a ida ao médico. Veja as explicações do Einstein Saúde que foram publicadas na edição de retrospectiva da Veja. Cerca de 10% dos pacientes com refluxo têm esôfago de Barrett, quadro que pode evoluir para câncer.
Ah, outro detalhe: apesar dos médicos pronunciarem "barrê", o nome é "béret" mesmo, afinal o cara era australiano (língua inglesa).
"Previna-se contra o esôfago de Barrett - embora seja um quadro de lenta evolução, essa condição aumenta as chances de aparecimento de câncer
O esôfago de Barrett pode ser definido como uma reação de defesa do organismo em resposta a casos crônicos da doença do refluxo gastroesofágico: ao serem atacadas pelo suco gástrico, as células que revestem o esôfago transformam-se, ficando parecidas com as do estômago, resistindo melhor ao ácido originário daquele órgão.
A condição, considerada como uma lesão pré-maligna, foi descoberta em 1950 pelo médico australiano Norman Barrett, o primeiro a descrever a mudança do revestimento do esôfago e a transformação em epitélio colunar (típico do estômago e do intestino). Por conta disso, a parcela da população mais acometida, em geral, é aquela composta por quem já sofre com o refluxo. A doença em si não tem sintomas específicos, mas é normal que os indicativos de uma crise de refluxo estejam presentes como, por exemplo (sic), azia, queimação, tosse, rouquidão e dor de garganta.
O diagnóstico é realizado por meio do exame de endoscopia digestiva alta, mas o médico pode solicitar uma biópsia para avaliar se houve modificação nas células do esôfago. Cerca de 10% dos pacientes com refluxo têm essa alteração, que pode ser considerada uma lesão pré-maligna e pode evoluir para câncer em até 1% dos casos. Embora pareça um percentual pequeno, em relação à população em geral isso representa um risco 30 vezes maior.
Apesar da evolução do quadro ser lenta, ela deve ser acompanhada de perto. Se a alteração no revestimento do esôfago não for muito significativa, os especialistas recomendam o tratamento do refluxo, na tentativa de reverter o quadro de Barrett, ou, ainda, o acompanhamento por meio de exames periódicos. No entanto, quando há indicações da presença de transformações que sugiram uma lesão maligna, o tratamento pode ser feito, em casos iniciais, por meio de uma mucosectomia, que é a retirada da mucosa que reveste o esôfago. Depois do procedimento, o paciente é mantido com medicação que inibe a secreção de ácido, permitindo a regeneração natural da parede do esôfago. Já nos casos em que há neoplasia, pode ser necessária a retirada do esôfago, substituindo o órgão por um segmento do intestino, ou modificar a localização do estômago. O paciente depois disso leva uma vida normal.
Embora não existam medicamentos que tratem especificamente o esôfago de Barrett, medidas para conter ou reduzir o refluxo, com base na mudança no estilo de vida e nos hábitos alimentares, são importantes no combate ao problema. E manter uma dieta balanceada é, ainda, a melhor opção para evitar as doenças que atingem o esôfago."