Enfim, o América teve eleição. Foi judicializada, é verdade, mas teve eleição.
Houve acusações, rumores, hostilidades, mas teve eleição.
O destino de um clube centenário - agora sem o futebol - foi definido por 100 pessoas apenas, mas teve eleição.
Eram apenas 2 chapas, ambas com candidatos com passagem ou passagens pela presidência, mas teve eleição.
Muito mais do que o resultado (vitória da chapa de Hermano Morais, que superou a chapa de Souza, atual presidente), é preciso comemorar a chegada da democracia ao América, coisa de que duvidei até o último segundo. Ainda bem que eu estava errada desta vez. Foi preciso que o clube perdesse o comando do futebol, responsabilidade exclusiva da SAF, da qual ele detém participação minoritária, para que este momento enfim chegasse.
Quantos dos dissabores passados e atuais não poderiam ter sido evitados se esse mesmo processo fosse um caminho natural ao longo das últimas décadas? Jamais saberemos. Mas oposição ajuda a situação a andar na linha e a querer produzir resultados almejados por todas as pessoas que fazem o clube e não apenas por aquelas cujo sobrenome já as designava a um rodízio natural nas decisões do que parecia ser um quintal familiar.
Fica aqui o meu lamento pelo tempo perdido e também a minha alegria banhada de esperança de que tenhamos a repetição deste processo daqui a 2 anos e que a chapa ontem derrotada, incluindo as pessoas que a apoiaram, siga vigilante em relação à vencedora e também em relação às movimentações da SAF, da qual o clube faz parte e cuja imagem é seu próprio reflexo para o mundo. Afinal, oposição às claras faz bem. A democracia e o próprio América agradecem.
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