Num dia desses, estava sentada numa praça com total disposição para mergulhar na leitura do último livro de um box de 4 sobre a Primeira Guerra Mundial. Tem sido raro encontrar um momento de tranquilidade para leitura. Aproveitei então que iria esperar Janaina terminar uma aula e me joguei na obra.
Estava tão concentrada que demorei a lembrar que estava numa praça com árvores e areia e, como boa moradora do Mirassol, sei bem que isso significa encontrar receber algumas visitas inusitadas, como formigas, joaninhas, passarinhos e até gatinhos.
Quando finalmente levantei os olhos do livro para dar uma geral ao meu redor, dei de cara com uma aranha enorme já a uns dois passos de mim.
Ciente de que eu é que estava no espaço errado, troquei de banco e tirei a foto e e registrei o vídeo abaixo para marcar o momento.
Ela então seguiu seu caminho, andou pacientemente até uma parte já bem distante e no sol e eu voltei para a minha leitura, agora em outro banco.
Mais à frente, lembrei de novo de conferir os arredores, até para saber se não havia alguma outra surpresa e eis que vejo de novo a aranha. Dessa vez, ela voltava, mas, de novo, vinha na direção do banco em que eu estava.
Voltei ao banco inicial e me pus a registrar aquela aranha que insistia em fazer amizade comigo.
Fiquei de olho na danada. Ela parou num pé de uma árvore e não tinha quem dissesse que havia uma aranha ali. Parecia umas folhas caídas. Infelizmente a câmara do meu celular não tinha os ajustes para permitir uma foto adequada.
Ela ainda se dirigiu para uma parte abaixo da calçada e praticamente "deu ré" para "estacionar". Ela ficou tanto tempo parada ali que desisti dela e voltei ao livro. Quando olhei novamente, sumiço! Para onde ela fora?
Um dia depois reconheci a aranha numa foto tirada de uma parede de uma casa ali. Foi fazer novas amizades. Soube que aparece de vez em quando. São as vantagens e também desvantagens de viver perto de uma área de natureza.
Pelo menos a amiga aranha me ensinou a reconhecer suas pegadas na areia, muito parecidas com as de um passarinho, mas mais desordenadas (são muitas patas, né?). Tanto foi assim que hoje voltei à praça e já reconheci parte de suas pegadas por lá. Deve ter mudado o horário do passeio. Quem fez sala para mim foi a amiga lagarta E olhe que ela até tentou subir no meu pé.