Há muitas rivalidades no futebol, seja entre homens, seja entra mulheres. Mas eu estou entre aquelas pessoas que simplesmente não suportam a seleção francesa.
São muitas derrotas doídas em Copa do Mundo, inicialmente entre os homens e agora também entre as mulheres. No caso deles, até um final inexplicável de 3x0 rolou em 1998. No caso delas, a última eliminação em Copa, nas oitavas (2019).
Hoje poderia ser diferente. O Brasil liderava o grupo e a França chegava no desespero de ter tropeçado na 1.ª rodada. O Brasil achou que seria interessante acelerar o jogo desde o início, como contra o Panamá. A França agradeceu e passou a dominar o jogo na afobação brasileira, que ainda contava com Antônia e Debinha muito abaixo do que sabem jogar.
Le Sommer dominou o jogo. O contraponto do Brasil era Kerolin. Mas do lado de lá, todo mundo entrou para não perder uma dividida; do lado de cá, a ideia era ficar com a bola sem tentar um passe, num jogo estranhamente individual.
Ainda assim, Adriana conseguiu perder um gol feito.
A França abriu o placar e ainda demorou para o Brasil entrar no jogo. No 2.° tempo, quando entrou, a França morreu. Sem afobação, o Brasil passou a dominar o jogo e a empurrar a França para só assistir à partida.
Debinha, que não estava bem, fez justiça no placar. Bastava a nossa seleção seguir acalmando o jogo, o que ainda fez por algum tempo. O técnico francês tirou Le Sommer. Parecia que tudo daria certo. Só parecia.
O Brasil voltou a acelerar o jogo sem a menor necessidade e ressuscitou a França. Num lance repetido do jogo todo (adversária infiltrando entre Lauren e alguém e seguindo sem marcação colada), despretensioso até, Lauren não conseguiu cortar a bola para a lateral, e sim para a linha de fundo. Como um erro nunca vem só, o escanteio se deu com a varapau Rennard absolutamente livre para escolher para onde iria se movimentar para cabecear para o gol. Se qualquer jogadora livre num escanteio é problema, imagine quando é a varapau que sempre é o objetivo dos escanteios da França a jogadora à vontade. Gol que confirmou a freguesia descarada do Brasil em relação à França.
A partir daí, a França fez o que o Brasil deixou de fazer: acalmou o jogo e tratou de jogar o desespero para o outro lado. O Brasil não teve mais força nem para trocar passes.
É torcer para que o jogo tenha deixado uma lição poderosa sobre a necessidade de entender os momentos do jogo e como tirar o conforto da seleção adversária. Se a lição não ficou, o confronto contra a Jamaica na quarta-feira pode trazer um trauma ainda maior. Torçamos para que a seleção tenha aprendido.