domingo, 13 de fevereiro de 2022

Teatro na tela


Dentre as inúmeras indicações ao Oscar está um filme que é adaptação de uma obra teatral de William Shakespeare: A Tragédia de Macbeth.

Antes de qualquer coisa, gostaria de falar sobre uma certa injustiça a meu ver com o bardo inglês. Shakespeare, que ganhou um ar de autor de obras muito cultas, quase elitistas, de tão difíceis de chegar ao povão, seria um verdadeiro noveleiro nos dias atuais. Suas obras teatrais são cheias de amores impossíveis, muitas mortes por ganância, culpa e viradas tão geniais quanto, comercialmente falando, apelativas da atenção do público. O problema é que sua obra data dos séculos 16 e 17, e o inglês da época é quase inacessível ao que temos hoje, mal um tanto quanto semelhante ao sofrido pelo gênio brasileiro bem mais tecente no tempo Machado de Assis.

Macbeth, por exemplo, é quase uma carnificina completa, tudo pela ganância do ser humano que se embriaga diante da possibilidade de ter poder em suas mãos. Há também viradas dignas de quem traça uma luta impossível de ser vencida contra o destino. Como não amar, não é mesmo?

Voltando indicado ao Oscar que está disponível na Apple TV+, a decisão foi colocar na tela algo o mais próximo possível do teatro dentro da linguagem televisiva. Há cenários sem tantos detalhes e os atores são instados a utilizarem muito mais o corpo e as expressões faciais do que num filme normal. Os diálogos são so únicos encarregados de narrar a estória. A cereja do bolo é que é tudo em preto e branco, uma feliz coincidência com os 50 anos das cores surgidas na TV no Brasil.

Sim, por tudo isso, temos um filme que os tempos atuais clamariam difícil, assim como a obra original de Shakespeare também nos tempos atuais, já que escrevia para o povão mesmo em sua época. De novo, acho uma pena não termos uma adaptação muito bem feita e estudada para os tempos atuais, mas esse lamento fica para outro dia. 

Contudo, à medida que o tempo passa, a densidade de atuações como as de Denzel Washington (sim, finalmente conseguiu mudar o rosto, algo que lhe faltava para me atrair de vez ao seu trabalho) e Feances McDormand prendem de vez a audiência, ainda que ela já saiba onde tudo vai dar. 

Uma boa obra indicada por fotografia e direção de arte (na minha humilde opinião tem mais chances neste do que naquela, embora tenha ido bem em ambas) e que vale ser conferida antes da cerimônia em si e que traz o gostinho do teatro com atores que nos acostumamos a ver no cinema. 

Também há um espcial de bastidores mostrando todo o trabalho de arte e fotografia. 

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Manchetes do dia (13/2)

A manchete do bem: 
  • Bebida alcoólica ajudou a civilizar a humanidade, diz filósofo americano
As outras: 
  • Embaixada pede que brasileiros se mantenham 'alertas e atualizados' na Ucrânia
  • 'Minha filha escolher missão para que outras mulheres sejam respeitadas', diz Shantal
  • Will Smith diz que não imaginava ser indicado ao Oscar por 'King Richard'
Bom dia.

Fonte: Folha de S.Paulo

Today's headlines (2/13)

The headline for good: 
  • Black authors shake up Brazil's literary scene
The others: 
  • U.S. pulls most diplomats from Kyiv as tensions mount
  • 'I had never felt worse': Long Covid sufferers are struggling with exercise
  • A million more trees for New York City: Leaders want a greener canopy
Good morning.

Source: The New York Times

sábado, 12 de fevereiro de 2022

Fúria em silêncio


O título desta postagem bem poderia ser o título do filme Ataque dos Cães, que concorre, dentre outras categorias, ao Oscar de Melhor Filme, e que está disponível na Netflix.

Faroeste atualizado, posso assim dizer, o filme traz aquelas fortes imagens de paisagens com montanhas, riachos, animais e uma estória que se desenvolve entre a brutalidade e a crueldade, e também a resignação e o silêncio sutis como outra face da força de caráter.

Pequenos detalhes vão construindo e encaminhando o enredo que começa com dois irmãos absolutamente diferentes, sendo isso motivo de ressentimento e implicância do que representa o macho em figura (atuação magnífica deste ator que tanto tem me surpreendido: Benedict Cumberbatch) em relação ao que representa a civilidade e os bons modos.

O spoiler que dou é que é o macho em figura, vaqueiro típico de sua região e tempo (Montana, 1925), que vai nos levar do começo ao fim nas mais variadas nuances desta jornada de vida sofrida destilando o que sente na pele para que os outros também sintam a sua dor. 

O final é surpreendente e sutil e exige que se preste atenção nos detalhes para um perfeito entendimento, já que a diretora Jane Champion fez muito bem em se manter fiel às sutilezas que envolvem não só a personagem principal, mas todas ao seu redor.

Vale ressaltar que o filme é baseado em livro de mesmo título (em inglês, The Power of the Dog) de Thomas Savage, que se inspirou em sua própria vida, segundo relato da diretora.

Assista com calma, sem pressa, a uma sucessão de grandes atuações. E ainda há um pequeno especial atrelado ao filme com a diretora contando e mostrando a experiência dos bastidores que vale muito a pena conferir.

Manchetes do dia (12/2)

A manchete do bem: 
  • OMS: 'Fase aguda' da pandemia pode acabar em 2022 se 70% do mundo estiver vacinado
As outras: 
  • Comissão Arns aciona ONU para que Brasil apure racismo e milícias no caso Moïse
  • Mulher feita de refém é resgatada após não compartilhar pontuação do Wordle
  • Presidente leva menina com down afastada das aulas de volta para a escola na Macedônia
Bom dia.

Fonte: Folha de S.Paulo

Today's headlines (2/12)

The headline for good: 
  • University of Alabama removes klan leader's name from building
The others: 
  • White House warns Russian invasion of Ukraine could happen at any time
  • In reversal, F.D.A. delays push for shots for children under 5
  • Far from the big city, new economic life
Good morning.

Source:: The New York Times

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Covid e Zé Eduardo

Tomei um susto ao ver o América publicar uma foto de Zé Eduardo hoje no treinamento. Nesta semana, lembrava de alguma publicação no Twitter dando conta de que ele estaria com Covid e seria desfalque para o clássico.

Publiquei meu susto e o América respondeu que o protocolo do Ministério da Saúde mudou em 10/1/22, diminuindo o tempo de isolamento de 10 para 5 dias (contados do início dos sintomas) em caso de pacientes que estejam sem sintomas no 5.° dia, especificamente sem febre nas últimas 24h (obviamente sem uso de antitérmico) e cujo teste (PCR ou antígeno) seja negativo neste dia. Essa seria a situação de Zé Eduardo.

O curioso neste caso é que a reapresentação do América depois da demissão de Renatinho aconteceu na segunda-feira, sem qualquer relato de afastamento de Zé Eduardo por sintomas gripais. Apenas na quarta-feira ele não apareceu no CT, segundo informou Mallyk Nagib no Twitter (imagem abaixo) .


Ou seja, somente há 2 dias Zé Eduardo apresentou sintomas mais claros para ser afastado do treinamento e do clássico, mas hoje já está completamente recuperado da Covid e treinando normalmente. 

Pelo jeito, e a partir da contagem do protocolo, Zé Eduardo teve sintomas na segunda, na terça, na quarta piorou a ponto de ser afastado e de ter a Covid cogitada e diagnosticada, na quinta já estava bonzinho e sem precisar de antitérmico desde então, tendo feito exame hoje de manhã, com resultado confimado negativo até a hora do treinamento à tarde. 

Dos males, o menor, já que o atleta só foi desfalque da final do turno, estando agora plenamente recuperado. Fez falta e faria muito mais falta agora na metade final do torneio estadual em que o América entra com obrigação de vencer. 

Manchetes do dia (11/2)

A manchete do bem: 
  • Renegociação do Fies pode beneficiar 1,2 milhão e terá parcela mínima de R$ 200
As outras: 
  • Venezuelano é morto depois de briga por dívida de R$ 100 em Mauá
  • Quem é a jovem golpista que inspirou 'Inventando Anna' e enganou milionários de NY
  • PF diz ao STF que milícia digital usa gabinete do ódio
Bom dia.

Fonte: Folha de S.Paulo