América 0x0 Campinense foi uma lástima sob vários aspectos. A começar do que se viu nas arquibancadas. Quando a TV Brasil focava o público, não se via uma única pessoa de máscara. Nas redes sociais, jornalistas relatavam que o público pulava dos setores Norte e Sul para o Leste e vice-versa, sem qualquer intervenção da segurança da Arena das Dunas.
O jogo em si mostrou logo nos minutos iniciais que o Campinense era/é muito mais time do que o América, mesmo com ambos claramente priorizando o posicionamento mais recuado de boa parte de seus jogadores.
No caso do América, também não dava para imaginar muita coisa lá na frente com Mazinho e Max, que não jogava desde o longínquo julho. Ataque pesado, lento e sem criatividade para enfrentar uma defesa quase enfileirada na trave obviamente não produziu coisa alguma. As poucas boas chances foram do Campinense.
As laterais também estavam uma negação com Iranilson, que já não é grande coisa na direita, jogando na esquerda e Felipinho se esforçando na direita depois de longo inverno. Também não anima saber que o conserto seria jogar Iranilson para a direita e colocar Felipe Cruz na esquerda e nem que depois Roni entraria no lugar de Iranilson. Dureza.
Esquerdinha sem inspiração deu lugar a Patrick Alan. Aí já sabemos que nada poderia mesmo dar certo para o América. Restava torcer para que também não desse certo para o Campinense, como de fato não deu.
Ou deu certo para todo mundo. O Campinense queria decidir em casa. Vai. O América apostava que a decisão seria mesmo no segundo jogo. Vai ser também. Ou teremos um dos dois justificando acertadamente suas escolhas com uma vitória no segundo jogo ou vamos todos acompanhar a loteria dos pênaltis.
No caso do América, é preciso acrescentar que o goleiro Samuel Pires levou o 3.° amarelo e não joga a partida de volta. Nem nos mais bem sucedidos filmes de terror alguém deixaria o gol americano em tal situação logo na partida mais decisiva da temporada.
A torcida americana também pode começar a secretamente, sem muito alarde, torcer para que o arquirrival ABC obtenha sucesso diante do Caxias. É que se tudo der errado em Campina Grande na próxima semana, o que, convenhamos, pelo desnível técnico demonstrado em todos os confrontos América x Campinense nesta competição não é nada improvável de acontecer, o América amargará a primeira temporada sem série em sua história centenária, a menos que o alvinegro carimbe sua passagem para a Série C, o que deixaria o alvirrubro garantido na D vindoura.
Pior (ou melhor, quem sabe?) é que o América joga a última partida do sábado e o ABC joga a última partida dos dois domingos de decisão. Ou seja, o suspense do filme de terror do Mecão é daqueles bem insuportáveis, de quase fazer a pessoa dar pausa para conseguir respirar. Que sofrimento! Que pelo menos ele valha a pena...