sábado, 21 de agosto de 2021

Vivendo em novos tempos



Tudo em The Bold Type é pensado para a realidade atual. A presença feminina é marcante, dentre as principais personagens há uma mulher negra, gente de todas as etnias, religiões e identidades de gênero desfilam com suas questões triviais ou não por suas quatro temporadas (a última e final já foi lançada, mas não chegou ainda à Netflix).

A inspiração é a redação da revista mundialmente famosa Cosmopolitan (aqui no Brasil, Nova), que tantou exibiu dilemas femininos ao longo de décadas. Na série, a revista é chamada Scarlet e é preciso acompanhar a luta dos que a fazem para acompanhar a evolução de um mundo cada vez mais digital.

Os problemas, leves ou não, que as 3 amigas precisam superar são tratados de forma didática, mas muito prazerosa, o que normalmente garante risadas em algum momento de cada episódio. 

Sexualidade feminina, embates ideológicos, saúde/doença, superiores inescrupulosos, vida pessoal x vida profissional, tudo aflige Kat, Jane e Sutton, mas elas sempre dão um jeito se livrar das armadilhas com a ajuda uma das outras, ainda que algumas desavenças aconteçam pelo caminho.

Apesar de quase tudo (para não dizer tudo) terminar bem, o que traz uma quantia maior de irrealidade para a ficção que é inspirada em uma vida real, The Bold Type é daqueles pequenos pecados prazerosos que a gente comete na vida diariamente em busca de conforto quando a vida real anda dura demais e ainda deixa a gente a par de tudo que rola na sociedade atual, até os conflitos entre millenials e geração Z.

Carisma e aventura


Se você gosta de aventura, charada e uma estória de época, vai adorar Enola Holmes, filme disponível desde o ano passado na Netflix, mas que só agora eu vim riscar da minha lista de obras a conferir.

A estória é muito bem construída e conta desde o início com um carisma absurda da atriz principal Millie Bobby Brown, alçada a fama por outro sucesso de época, mas de terror, a série Stranger Things.

Enola Holmes utiliza com maestria um recurso que eu considero normalmente cafajeste, especialmente em comédias, que é a personagem falando diretamente com o público (no caso, obviamente com a câmera). Millie domina a cena e consegue acabar com qualquer estranheza daí advinda.

Enola é irmã do famoso detetive Sherlock Holmes, com quem não tem muito contato, vez que é criada apenas pela mãe na residência da família, fora de Londres. Sua mãe lhe dá uma educação bem peculiar, longe da preparação da época para submeter as mulheres a um processo eterno de silenciamento.

Mas quando Enola completa 16 anos, sua mãe desaparece e isso tem o potencial de causar grandes mudanças tanto para seus irmãos como principalmente para a própria Enola. E é a partir daí que toda a aventura se desenrola.

Há um clima de Anne with an E, mas sem deixar de lado aquele espírito de montar um quebra-cabeça com cada coisinha deixada em cena aqui e ali. Chegou a me causar espanto com uma cena bem violenta já perto do fim do filme, que tem 2h03. Talvez esse seja meu unico senão: não precisava dessa violência. A duração também merecia um corte de uns 10 ou 15 minutos. Mas nada disso tira o brilho da obra e nem tira a pecha de bom entretenimento. Vale conferir.

Manchetes do dia (21/8)

A manchete do bem: 
  • Cinemateca Portuguesa organiza exibições de filmes brasileiros em homenagem à Cinemateca Brasileira
As outras: 
  • Eventos de negócios postergam calendário para 2022
  • Nova York ressuscita com atestado de vacina em shows
  • Justiça suspende liminar e professor sem imunização completa deve voltar à escola
Bom dia.

Fonte: Folha de S.Paulo

Today's headlines (8/21)

The headline for good: 
  • 'Super taster' who lost sense of smell is helping Italians regain it
The others: 
  • It rained at the Summit of Greenland. That's never happened before.
  • Warnings issued as Henri threatens hurricane-strength winds from Long Island to Nantucket
  • G.M. expands Chevrolet Bolt recall over battery fire concern
Good morning.

Source: The New York Times

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Paciência

Enfim, tomei a 2.ª dose da vacina contra a Covid-19. Já sofria de uma impaciência pela falta de acerto entre os horários dos locais de aplicação, mas fui agraciada pelo acaso no dia de ontem.

Até agora é o braço o único que segue apitando a dose recém recebida. Desde a vacina da gripe até o momento da 2.ª dose, meu braço deu todas as notas do que seja reação. Ficou vermelho, ficou pesado, ficou dolorido sem toque e ficou dolorido ao toque. Disso tudo, até ontem eu ainda sentia o braço doer quando por algum motivo ele era apertado. Ontem, ele recebeu o acréscimo de ardência e sangramento na hora da vacina, mas faço questão de ressaltar que nada disso incomoda demais ou me faz ao menos cogitar a não vacinação. São as pequenas dores do paraíso que é estar mais protegida contra uma doença que tem um potencial absurdo de matar e sequelar.

Não sei se era a espera por esse momento, que terminou chegando de supetão por folga na agenda, entretanto, também tenho experimentado uma certa falta de paciência com coisas as mais diversas possíveis, como verificar mensagens no WhatsApp, acompanhar as notícias por qualquer meio que seja, ter que frequentar consultórios médicos. Talvez a causa nem seja a vacina, mas o tempo de distanciamento social, ou o embate eterno ideológico nas redes sociais, ou tudo junto.

Não é fácil verificar que há gente que passa seus dias produzindo e/ou divulgando mentiras nas redes sociais. Também não é fácil verificar que há gente dedicada a produzir esquemas fraudulentos diariamente dos mais variados tipos com consequências até para a saúde das pessoas.

É difícil ver o futebol, tão venerado neste país, seguir um caminho cada dia mais estranho, com exploração da paixão das torcidas em coisas medonhamente mesquinhas, como ausência de fiscalização de uso de máscara numa arquibancada ou a decisão de distribuir camisa claramente não oficial vendida como oficial por meio de programa de educação fiscal estadual.

É possível ainda que a própria idade tenha peso grande nesta falta de paciência que me atinge com mais força nos últimos dias. Como lidar com o puxassaquismo adolescente de adultos que se armam para rebater críticas sem ao menos refletir se elas têm fundamento ou não, como se a crítica tivesse o único intuito de diminuir? Não sei como essas pessoas lidam com a maternidade/paternidade ou mesmo com a amizade, se o aconselhamento e a sinceridade com erros são sempre confundidos com oposição destrutiva (embora eu reconheça que essa existe, especialmente dentre os que vivem a reclamar dela). Como lidar com quem se intitula régua do mundo, mas descaradamente utiliza dois pesos e duas medidas no dia a dia?

Para piorar, acho que sofro de uma completa falta de interesse de saber sobre a vida dos outros. Janaina puxa muito a minha orelha por isso. Não tenho curiosidade para saber o que rola nos stories de quem quer que seja, por exemplo. Daí eu achar uma rede como o Instagram absolutamente vazia de conteúdo.  Chego a brincar que sou a melhor pessoa para ouvir um segredo cabeludo. Há uma grande probabilidade de em apenas 20 minutos eu ter esquecido tudo e com possibilidade real até de me surpreender de novo se a mesma pessoa vier me contar a mesma coisa algum tempo depois. Acho que isso já dá uma boa medida também do meu interesse no WhatsApp e particularmente em seus grupos.

Tudo isso misturado é dose que fica para um leão ou uma leoa, não para uma pessoa como eu. E assim a falta de paciência tem me consumido até para conseguir ler nos últimos dias, mesmo tendo sido sempre uma verdadeira traça, que gosta até do cheiro de um livro ou de uma revista. Para amenizar, leio a conta-gotas e aposto em programação de streaming (na TV, não no celular), mesmo que seja de coisas que estão na TV em horário fixo. Também redescobri o valor de uma boa ligação telefônica, um milhão de vezes melhor do que uma troca infrutífera e infinita de mensagens escritas, ou pior ainda, de áudio, para resolver coisas que estariam resolvidas em poucos minutos de uma chamada normal, regular, de operadora telefônica mesmo, de voz, sem qualquer possibilidade de haver erro de interpretação do que foi afirmado. E aguardo ansiosamente que a paciência volte logo a dar o ar da graça por aqui.

Manchetes do dia (20/8)

A manchete do bem: 
  • Senado aprova atendimento integral no SUS a pacientes com câncer
As outras: 
  • TSE recebe comitiva para discutir efeitos da reforma em participação feminina
  • Popularidade do podcast sobe no isolamento social
  • Safra de cana quebra, açúcar tem preço recorde na usina e consumidor paga mais
Bom dia.

Fonte: Folha de S.Paulo

Today's headlines (8/20)

The headline for good: 
  • Online appeal quickly raises millions for Afghan rescue flights
The others: 
  • Alabama has no more I.C.U. beds available, the state authorities said.
  • Man surrenders to Capitol police after 'bomb threat' near library of Congress
  • A 17-year-old Afghan soccer player died falling from a U.S. evacation plane
Good morning.

Source: The New York Times

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Chega de mentiras

Se há uma rede que atingiu meu limite de abuso é o WhatsApp. O uso que gente da pior qualidade faz do canal facilitador de troca de mensagens para espalhar todo tipo de mentira (sobre política, economia, saúde, etc.) já ultrapassou qualquer limite de razoabilidade.

Agora há pouco a Unimed precisou publicar em seu site um desmentido a respeito de mensagem que circula como se fosse de sua autoria a respeito da variante delta, cujo conteúdo segue abaixo.

Não custa lembrar: não repasse mentira. A irresponsabilidade pode custar a vida de alguém.




Zagueiro contratado

(Imagem: Canindé Pereira, América)

O América acabou de anunciar a contratação do zagueiro Jan Pieter, que tem 21 anos, 1,87m de altura e estava no Botafogo-PB.

O setor anda mesmo necessitado.

Manchetes do dia (19/8)

A manchete do bem: 
  • Inglês chega a favelas por meio de bolsas e cursos populares
As outras: 
  • Cantareira entra em alerta e projeta escassez em 2022
  • Ex-secretário do Rio visitou presídio no dia do aniversário de traficante solto a mando dele
  • 'Pai do sudoku', japonês que ajudou a popularizar o jogo morre aos 69 anos
Bom dia.

Fonte: Folha de S.Paulo