sábado, 29 de maio de 2021

Pequena amostra

Primeiro eu tinha certeza de que teria reação à vacina da Covid-19, qualquer que fosse ela. Meu histórico com vacinas sustentava essa minha certeza, a começar da vacina contra coqueluche quando ainda era criança de colo. Foi só recebê-la e - pimba! - tive coqueluche, embora numa versão mais leve. 

A da gripe normalmente me traz resfriados. Neste ano, tomei a da OAB e tive uma dor no braço que se estendeu por uma semana. 

A da Covid-19 eu não achava que tomaria tão cedo. Quando fiz a inscrição da família no RN + Vacina, cheguei ao entendimento de que seriam vacinados os idosos de 75 anos ou mais e apenas os idosos entre 60 e 74 anos que tivessem comorbidades seriam vacinados nesta primeira fase. Tanto que fomos ao cardiologista em março e só pedi laudo das comorbidades de mamãe (73 anos), desprezando a minha e a de Janaina.

Aliás, na época do cadastro nem hipertensão arterial era uma comorbidade aceitável, somente a do tipo resistente (3 medicamentos) ou que tivesse atingido um órgão.

Entretanto, a vacinação seguiu entre idosos (60 anos ou mais) sem necessidade de prova de comorbidade. E os critérios foram mudando. Nem a nossa asma (leve) se encaixava mais dentre as distinções para a vacinação.

Quando imaginei que o Brasil seguiria o Reino Unido, que desistiu de vacinar por comorbidades para não deixar que a burocracia atrapalhasse o ritmo da vacinação, a realidade foi outra. Foram anunciadas comorbidades sem muita explicação do que cabia e não cabia em cada uma delas, inicialmente de 55 a 59 anos. 

Confesso que a essa altura eu nem pensava que estaria nas comorbidades, desta feita por diabetes. Há anos luto contra o vício em açúcar e todas as implicações disso. Já passei por Xig Duo (um tanto quanto caro) e estou de volta ao Glifage XR 500, que é retirado na farmácia popular depois da forte queda de renda da pandemia. Aprendi a tomar líquidos ou com sucralose ou sem nada adicionado. Não tomo mais refrigerantes, com a exceção de eventos em que há exemplares sem açúcar. Troquei o máximo de massas brancas por massas integrais. Frutas como melão e melancia são consumidas preferencialmente com castanhas para quebrar o índice glicêmico.

Com tudo isso, como eu não imaginava que estaríamos nas comorbidades? Porque achava que apenas quem tinha diabetes mellitus insulino-dependente, como mamãe, é que estaria enquadrado nas prioridades desta fase. Foi uma amiga que nos alertou que não havia essa especificidade na comorbidade diabetes mellitus e que nós poderíamos receber a vacina.

Aí começamos outra luta: marcar a endocrinologista para conseguir nossos laudos. Data mais próxima: 24 de junho. Ter plano de saúde virou quase pedido de favor a um(a) médico(a) para uma consulta. Pior ainda quando se tem um problema desconhecido: corre-se o risco de chegar o dia da consulta e a gente nem lembrar mais o que a motivou de tanta demora.

Nesse meio tempo, a prefeitura de Natal ia e voltava nos documentos exigidos. Com as vacinas se acumulando sem que as pessoas conseguissem cumprir a burocracia, a ruma de documentos exigidos cumulativamente passaram a ser exigidos alternativamente. O mais simples era prescrição médica com carimbo ou cupom de programas do Ministério da Saúde.

Aí outra amiga nos alertou de que bastava prescrição médica com carimbo e assinatura do(a) médico(a). Um alívio não precisar pagar novas consultas no mês seguinte apenas para conseguir laudos dizendo por escrito o que há anos temos. Digitalizei nossas prescrições atuais, que são de consulta ao cardiologista em março, juntei até o cupom da farmácia popular da última retirada na farmácia de nossas caixas de Glifage e acrescentei no nosso cadastro no RN + Vacina.

E aí? Tudo pronto? Que nada! Como não imaginávamos que a nossa idade chegaria tão rápido, Janaina se vacinou em maio contra a gripe antes da Covid-19. Tivemos que esperar 15 dias. Para completar, o pedreiro enfim veio consertar o teto que desabou. No dia que esperávamos nos vacinar, a prefeitura suspendeu as primeiras doses para incentivar a galera da 2.ª dose de Oxford a completar o esquema de vacinação. 

A vacinação foi retomada na sexta. Tudo pronto? Nada! Janaina quebrou um pedacinho de um dente. Lá fomos em busca de Dra. Laércia no Sesi para resolver a parada. Não sabíamos se haveria alguma interação com o tratamento. Para nossa surpresa e alívio, a dentista nos incentivou a ir logo nos vacinar enquanto aguardávamos a vez, já que não havia fila alguma no Sesi.

Chegamos e nem sentamos na triagem. Apresentamos a documentação, assinamos o termo e seguimos para a vacinação. O tratamento foi de uma gentileza impressionante. Tiramos foto e voltamos para a dentista. Dente resolvido, voltamos para casa felizes da vida.

7-8 horas depois é que começou meu sofrimento. Lembram da certeza das reações? Pois bem. Comecei a sentir um frio de lascar. Vesti meias e me enfiei debaixo de um edredom deixando só os olhinhos de fora. Temperatura conferida a cada meia hora. E subindo... E o frio aumentando a ponto de me fazer chorar por ter de ir ao banheiro fazer xixi. 

Nem posso reclamar da dor de cabeça porque já estava com ela desde a quinta-feira. Sofro de cefaleia tensional. O braço da vacina ficou intocável, exatamente como ocorreu com a vacina da gripe.

Com 38.1°, hora de tomar dipirona. À essa altura, era Janaina que começava a sofrer com dores no corpo e enjoo.

A minha febre resistiu ainda por 1-2 horas. Mesmo depois da dipirona, ela insitia em marcar 38.8°.  Interessante é que eu já não sentia mais frio nessa marca. Até a dor de cabeça deu uma aliviada. Janaina, coitada, começou a piorar também com a temperatura dando mostras de subir.

O resumo da ópera é que cochilamos em turnos de 10 minutos até perto de meia-noite. Janaina não chegou a ter febre (acho que porque ela já tem normalmente uma temperatura mais elevada), mas a dor no corpo e o enjoo eram marcantes. Conseguimos alongar o sono até 2h19. Banhada de suor, fiz a última medição de temperatura. Abaixo de 37° nas duas. Ainda assim, Janaina tomou uma dipirona para aliviar as dores. Pronto. Conseguimos novo turno de sono até 5h50. 

Acordei bem melhor, mas bastou começar a preparar a mesa do café da manhã para a energia acabar. Isso deve ser uma pequena amostra (muito pequena mesmo) do que a maldita Covid-19 faz com quem adoece. Juntamos forças para comer e já estamos deitadas novamente. Seguimos com dor de cabeça, mas nada de febre ou mesmo enjoo.

Espero que as reações desapareçam ao longo do dia porque outra noite sem dormir adequadamente é de lascar. 

Tomamos a vacina da Oxford e eu faço esse relato para que quem vai se vacinar se prepare para as reações que podem ocorrer para que não haja supresas e algum transtorno nas atividades diárias. Fomos as duas no mesmo dia e talvez fosse melhor termos ido em dias diferentes. Também é bom se certificar de ter dipirona em casa, obviamente se você não tiver alergia a ela.

Mas nada disso é motivo para não se vacinar ou mesmo não tomar a 2.ª dose. Como eu disse, isso tudo é apenas uma pequena amostra do que essa doença maldita pode fazer, inclusive ceifando vidas indiscriminadamente.

A partir da próxima semana deve ser retomada a vacinação por idade. Não pense duas vezes: programe-se para reações, mas não deixe de se proteger e proteger todos ao seu redor. Ah, máscara e distanciamento seguem obrigatórios também para quem recebeu vacina até que a situação de epidemia no Brasil regrida para total controle. Vacina não é um escudo intransponível, mas em conjunto com as outras medidas, é garantia de saúde para todo mundo. 

Manchetes do dia (29/5)

A manchete do bem: Marfinense se torna 1.° doutor em relações internacionais da Uerj após fugir de guerra civil.

As outras: Governo acionará térmicas sem contrato para evitar racionamento de energia, Ato de Bolsonaro com Pazuello passa de 'pesquisa eleitoral' a evento 'sem viés político' e CPI já tem elementos para identificar responsabilidades.

Bom dia.

Fonte: Folha de S.Paulo

Today's headlines (5/29)

The headline for good: Biden banks on $3.6 trillion tax hike on the rich and corporations.

The others: Nike says it ended deal with Neymar amid investigation of sexual abuse, A sexual abuse lawsuit splits the Gucci family, and A forgotten genocide: What Germany did in Namibia, and what's it's saying now.

Good morning.

Source: The New York Times

sexta-feira, 28 de maio de 2021

Manchetes do dia (28/5)

A manchete do bem: Ministério adotará critério que permite vacinação de pessoas com menos de 59 anos.

As outras: Nike rompeu com Neymar em meio a investigação de assédio, Em Ruanda, Macron reconhece responsabilidades da França em genocídio e Diretor do Butantan diz à CPI que Bolsonaro desprezou vacinas; 80 mil mortes poderia ter sido evitadas.

Bom dia.

Fonte: Folha de S.Paulo

Today's headlines (5/28)

The headline for good: A temporary U.S.-China trade truce starts to look durable.

The others: Hong Kong has a new type of prisoner: pro-democracy activists, In Congo, masses flee one of the world's most dangerous volcanoes, and Ugly N.B.A. fan behavior is back with popcorn toss and spitting incident.

Good morning.

Source: The New York Times

quinta-feira, 27 de maio de 2021

Top 10 da Netflix

As obras disponíveis na Netflix mais assistidas no Brasil hoje.
  1. Quem Matou Sara? (Série, 2021, 18 anos, 2 temporadas)
  2. Army of the Dead: Invasão em Las Vegas (Filme, 2021, 18 anos, 2h38)
  3. Chiquititas (Série, 2013, Livre, 545 episódios)
  4. Jurassic World: Acampamento Jurássico (Série, 2020, 10 anos, 3 temporadas)
  5. As Aventuras de Poliana (Série, 2018, 10 anos, 530 episódios)
  6. Os Pinguins de Madagascar - O Filme (Filme, 2014, Livre, 1h32)
  7. Cada Um na Sua Casa (Filme, 2018, Livre, 1h34)
  8. O Legado de Júpiter (Série, 2021, 16 anos, 8 episódios)
  9. A Fuga das Galinhas (Filme, 2000, Livre, 1h24)
  10. Patrulha Canina (Série, 2013, Livre, 3 temporadas)

Manchetes do dia (27/5)

A manchete do bem: Juliette diz ter medo do endeusamento: 'Eu erro e quero mostrar meus erros'.

As outras: Poeta Bráulio Bessa está internado com Covid, Anitta tem fortuna estimada em R$ 533 milhões, diz revista e Alvo de bolsonaristas, monografia sobre funk e empoderamento feminino vai virar livro.

Bom dia.

Fonte: Folha de S.Paulo

Today's headlines (5/27)

The headline for good: Louvre gets its first female leader in 228 years.

The others: Brazil's bid to outsource Amazon conservation finds few takers, Climate activists defeat Exxon in push for clean energy, and Belarus plane crisis tightens Lukashenko's awkward embrace of Putin.

Good morning.

Source: The New York Times

quarta-feira, 26 de maio de 2021

Manchetes do dia (26/5)

A manchete do bem: Podemos encerrar a pandemia da Covid no ano que vem.

As outras: Maioria de inocentes presos no Brasil são negros, aponta levantamento inédito, Forças Armadas negaram leitos disponíveis em hospitais militares, mostram documentos e Pessoas com menos de 70 anos passam a ser maioria entre mortos pela Covid.

Bom dia.

Fonte: Folha de S.Paulo

Today's headlines (5/26)

The headline for good: Catarina Macario is just getting started.

The others: A lost Brontë library surfaces, Roman Protasevic: A Belarus activist who 'refused to live in fear', and 'On the ashes of tragedy': Mixed emotions on anniversary of George Floyd's death.

Good morning.

Source: The New York Times