Eu queria muito que minha despedida do Papo Alvirrubro fosse com o acesso do América, mas o destino tinha outros planos e o que veio foi mais uma eliminação.
Fico com o coração partido de não seguir ao lado do meu amigo e companheiro Canindé Pereira, a quem eu quero um bem danado, num projeto todo pensado para aproximar clube e torcida, mas há momentos em que precisamos parar de dar murro em ponta de faca e enxergar a realidade como ela é.
Foi um pouco mais de um ano de trabalho voluntário, feito com muito amor e senso de profissionalismo, que contou inicialmente com a confiança de Leonardo Bezerra e do próprio Canindé Pereira para darmos as mãos para o engrandecimento da TV Mecão, tendo até incluído uma Rádio Mecão.
Entretanto, como diria Garrincha, faltou combinar com os russos. E assim a Rádio Mecão foi deixada de lado, a TV Mecão foi afastada das transmissões e ao conversar com meu companheiro de Papo Alvirrubro sobre minha saída hoje soube que até o programa encerra pelo menos momentaneamente um ciclo.
Apesar de tudo, não saio desanimada. Apontar um caminho novo nem sempre recebe de imediato a compreensão da necessidade da mudança. Saio com o espírito de que estávamos todos no caminho certo, exatamente pelo tamanho do esforço criado em sentido contrário.
Saio então com a sensação de dever cumprido. Mas, mais do que isso, saio imensamente feliz pela oportunidade recebida pelas mãos de Leonardo e com imensa gratidão por tudo que aprendi nessa jornada e, principalmente, por todas (todas mesmo) as pessoas que encontrei nesse caminho.
Torço para que o América valorize o trabalho sensacional realizado por Canindé Pereira, verdadeiro homem da magia e das 1.001 utilidades quando se trata de colocar o Mecão na mídia.
Também rezo para que o clube possa perceber o quanto antes a importância de seguir junto à sua torcida, sábia na cobrança de novos caminhos que podem elevar não só o clube, mas o futebol do RN para o papel de destaque regional que um dia já teve.
A sementinha foi plantada e isso já me basta.