O humor americano tem um estilo diferente do que estávamos acostumados aqui no Brasil. É rápido, tiradas quase instantâneas, que chegam a atordoar pelo ritmo. A audiência é obrigada a pensar rápido e pode até ficar zonza tentando entender algumas referências.
Satiriza-se tudo, sem o menor pudor: política, políticos, celebridades, sociedade. Tudo com uma veia crítica que transborda perspicácia.
Esse tipo de humor de que Saturday Night Live (saudades de quando era transmitido no Brasil) é exemplo clássico nem sempre agradou/agrada por aqui, mas a nova geração dos ditos comediantes brasileiros beberam/bebem dessa fonte. Há momentos que a piada até parece forçada, mas a inteligência está até nisso.
Terminei todos os episódios de Unbreakable Kimmy Schmidt e até fiz os vários finais possíveis do episódio interativo Kimmy vs. Reverend. E agora fiquei órfã do tipo de humor de que gosto.
Não há falhas em Kimmy. É rápido, é crítico sem piedade e é engraçado. Se você não anda antenado(a) com o que acontece nos EUA, especialmente Nova Iorque, há muitos momentos que podem soar estranhos, desconexos. Também é preferível fluência em inglês para a melhor experiência possível. Mas ainda que você não consiga preencher esses dois requisitos, muito coisa haverá nos episódios para apreciar.
E há uma vantagem em assistir bem depois do lançamento como eu fiz: apreciar o aspecto visionário do show. Só para dar uma ideia, ele antecipou a enfim ocorrida neste ano queda do nome do time de futebol americano de Washington, antes com uma denominação racista.
Bom roteiro, maravilhosos atores/comediantes, ritmo perfeito. Como eu vou sentir falta de mais uma produção da midas Tina Fey...