quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Manchetes do dia (12/10)

Manchete do bem: Espetáculo "Tratados sobre mim mesma" tem estreia promovida pelo Itaú Cultural.

Outras: STTU registra 770 multas no 1.° mês de fiscalização com câmeras, Banco do Brasil não faz estornos e TJRN vai cobrar aos juízes de formal individual e STF precisa de aval para afastar parlamentares.

Um feliz feriado a todos os brasileiros, especialmente aos que, como Janaina, são devotos de Nossa Senhora Aparecida!

Fonte: Tribuna do Norte

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Talento subestimado

Acontece com atores e com comediantes. Às vezes determinado personagem faz um sucesso tão arrebatador que é quase impossível desassociar o ator/comediante do personagem, deixando aquele marcado para sempre.


Acho que esse é o caso de Thalita Carauto, tão associada ao seu quadro inaugural em Zorra Total (Janete, amiga de Valéria bandida).  No entanto, o filme Duas de Mim consegue afastar o carma do estereótipo e a atriz convence na estória da batalhadora que um dia come um bolo mágico e termina com seu desejo de que existissem duas dela para dar conta dos afazeres imediatamente atendido.

O filme tem boa desenvoltura, com cenas engraçadas e até dramáticas. E não se sente a hora passar. Consegue até surpreender num gênero tão batido.

Confesso que não entendi a rapidez de sua retirada de cartaz dos cinemas de Natal (hoje foi o último dia de exibição em duas semanas, salvo engano). Já recomendo para quem quiser algo leve quando chegar à telinha da TV.

E Thalita Carauto já está livre para testar outros personagens. 

Mais cedo

O técnico Leandro Campos chegará mais cedo a Natal para organizar os últimos detalhes da pré-temporada do América, que começa em 13 de novembro.

Em 30/10, daqui a 19 dias, portanto, o treinador começa os trabalhos fora de campo, em conjunto com a diretoria americana. Leandro também acompanhará a preparação do time sub-19 que vai disputar a Copa do Nordeste sub-20 em novembro. Há previsão de que pelo menos 7 dessas jovens promessas se juntem ao elenco profissional. 

Seguindo a linha

O América tem seguido bem a linha de contratar jogadores dentre os adversários da Série D 17 que deram trabalho ao time de Leandro Campos.

O nome da vez é o do volante Janderson, 28 anos, ex-Jacobina, time que fez o Mecão suar tanto na derrota em seus domínios, como na vitória na Arena das Dunas.

Experiência na competição não faltará.

Show de cobertura

Elogiar o trabalho desenvolvido na TV Mecão é chover no molhado. Basta conferir o show de cobertura na aclamação da chapa Eduardo Rocha e Eliel Tavares para entender: 

"A torcida já está pedindo a minha saída"

O caldeirão alvinegro anda fervendo e não é pouco. Depois de torcidas organizadas defenderem público zero (?) na próxima partida do ABC, o presidente Judas Tadeu, em entrevista ao Novo Notícias, voltou a defender a antecipação da eleição no clube para que seu mandato seja mais curto e ele deixe a presidência. Vejamos trechos:

Público zero
A resposta que o torcedor quer é resultado. Se nós tivéssemos com resultado não teria nada de carta. Eles [líderes de torcida] já estiveram lá na semana passada. Quem quiser comparecer ao clube pode ir. Sócios, conselheiros de futebol. Eu sofro como torcedor e como presidente.

Eleição antecipada e transparência
As eleições diretas foram conseguidas por nós. Vou propor isso [redução do mandato] novamente. Eu quero antecipar as eleições porque a torcida já está pedindo a minha saída. Não vou ficar onde não me querem. (...) Com relação a isso de transparência, eles estão equivocados. Nós temos a obrigação de abrir as portas do clube.

Manchetes do dia (11/10)

A manchete do bem: UFRN abrirá 7 mil vagas para o Sisu/18.

As outras: O analfabetismo no Nordeste, acima de 15 anos, é o dobro da média do país, Com novo reajuste, botijão de gás vai custar R$ 75 e Catalunha suspende efeito de independência.

Bom dia, minha gente!

Fonte: Tribuna do Norte

terça-feira, 10 de outubro de 2017

As ideias de Eduardo

 Discurso de posse 
Foto: Canindé Pereira

Eduardo e Eliel comemoram
Foto: Canindé Pereira

Como esperado, Eduardo Rocha foi aclamado presidente do América (2018/2019). E ele falou sobre as metas de sua administração:

Além do futebol
"O América sempre pontificou não só como clube de futebol. O América pontificou também como um clube que é o maior campeão nacional de futebol de salão a nível estadual. (...) Então essa tradição tem que voltar. E vai voltar com o grande Arturzinho, com Fernando Nesi e com os demais. Agora, de uma forma inteligente. Vamos nos associar a uma universidade porque não há orçamento pra tudo isso. Mas o América tem que voltar a ter tudo. Pra vocês terem uma ideia, agora mais recentemente, o América foi campeão nacional em Fortaleza de atletismo. A equipe que representou o América foi campeã de atletismo. Financiada e treinando pelo América. Vamos agora mandar uma amazona. Pela primeira vez um clube de futebol vai ter uma amazona num campeonato nacional de hipismo na cidade de Salvador. Essa menina já foi vice campeã. E poderá ser campeã na categoria dela. Então o América não é só futebol. O América é mais futebol, mas não é só futebol. No futebol, nós já estamos com as rédeas aprumadas para que o América volte a galgar as posições que ele nunca deveria ter deixado de estar. O América é pra estar sempre o que ele foi - o 5.°, 4.° maior clube do futebol nordestino. E dentro em breve voltará a sê-lo."

Momento de união
É uma nova história. A gente fica feliz. Num momento histórico do clube, numa eleição, você ter aqui diversos ex-presidentes... Presença de Hermano Morais, presença de Gustavo de Carvalho, a presença de Fernando Nesi, presença de Beto Santos, presença de Jussier, o que demonstra a união da família americana. Clóvis Emídio. Todos presentes. O presidente do clube, evidente, o Dr. José Rocha. Diversos conselheiros, conselheiros históricos, como Hélio Santa Rosa, como Zé Daniel Diniz, e demais outros conselheiros, Curió, nosso amigo Rivaldo. Então eu acho que o América está num momento de plena união em busca de vencer as dificuldades, que não são só do América. São inerentes aos clubes de menor receita no futebol nacional. 

Objetivos
E o América, para ser bem rápido, tem 3 objetivos primordiais. Um que depende só dele - é terminar seu estádio. (...) Terminar seu estádio que eu digo é terminar a primeira fase do estádio, onde já permitirá mandar seus jogos lá. Domingo, inclusive, teremos aqui o festival da criança, onde teremos 4 mil senhas e (...) já vendemos mais de mil senhas. E esse dinheiro todinho será revertido para a Arena América. Hoje mesmo alguns conselheiros doaram uma quantia da venda de.medalhas em favor da Arena. Então a Arena vai estar pronta. Nós vamos jogar lá em janeiro. Eu não tenho a menor dúvida disso. Convidamos alguns ex-presidentes para participar conosco da gestão. Eles deram "sim". Estamos convidando conselheiros históricos. Estamos convidando novas lideranças dentro do América, pessoas que nunca participaram de direção vão ter essa experiência, vão dar o seu sangue novo em prol do nosso clube. O outro objetivo não depende só da gente - depende muito da gente, mas evidentemente vamos ter que encarar nossos adversários -, que é recuperar a hegemonia do estadual. Ela é importantíssima por 2 motivos: um título importante - o América não pode passar 3 anos sem ter um título estadual; e, ademais, é a garantia da Copa do Nordeste de 2019, que é a maior competição regional do Brasil do primeiro semestre e a maior competição do Brasil como um todo no primeiro semestre, se nivelando ao Campeonato Paulista. Ademais é avançar na Copa do Brasil o que for possível. E no começo do segundo semestre, ou melhor dizendo, ainda no primeiro semestre, porque este ano vai ser mais reduzido porque temos a Copa do Mundo, o América voltar da Série D pra Série C. O América mais uma vez dá uma lição de união. Não é à toa que a nossa chapa, eu e meu vice Eliel Tavares, é Unidos pelo América. É um conselheiro experiente, um ex-diretor de futebol, um ex-vice presidente de futebol. Juntamente com ele em 2015 naquela gestão de Gustavo de Carvalho e na gestão de Hermano, que assumia interinamente, tivemos a missão de darmos ao América talvez o último maior título, que foi ser campeão do centenário na casa do nosso rival, do nosso adversário. Junto com Paulinho, com Ricardo, com todos os demais. Então eu imagino que o América nesse momento de extrema união, de extrema dedicação de sua torcida, que mostrou que é a torcida mais apaixonada do Nordeste. Nós numa Série D tivemos público de Série B. (...) A gente chegou a ser o 4.° comparando com os times da B. Isso é uma demonstração de extrema pujança. Você não tenha dúvida de que, no jogo inaugural, nós vamos ter que ter os 5.200 lugares já prontos e vamos ter que colocar mais 5.000 lugares de arquibancadas móveis porque vai faltar chão. Eu não tenho a mínima dúvida disso. Então o América a partir de agora passa a ter um novo rumo, passa a ter uma nova missão, que é alegrar o seu torcedor, que está tão carente de alegrias. E ele é o maior patrimônio do América Futebol Clube. 

Novo setor
O Departamento Comercial levará para o torcedor americano os produtos que ele gostaria de comprar e até hoje a gente não teve essa capilaridade. Por exemplo, muitas crianças nascem americanas, porque os pais são americanos, e você procura um enxoval de criança e não consegue. E esse enxoval vai vender muito porque tanto os padrinhos vão dar de presente, os pais vão dar de presente, os amigos vão dar de presente. Quer dizer, a criança já nascerá em berço interessante, num berço alvirrubro. Porque são as novas gerações. 

20 anos depois
Nós estamos muito entusiasmados. Me perguntaram do Eduardo que assumiu 20 anos atrás. Tem uma coisa boa, que é a experiência. Tem uma coisa boa que manteve, que é o mesmo denodo e a mesma força de vontade de vencer em favor do nosso clube. Isso aí ninguém tenha dúvida que vamos ser incansáveis por procurar equilibrar essas receitas, pra diminuir despesas.

Troca de empréstimos

O lateral esquerdo Vanvan pode ir para o Vitória em 2018. A transação seria feita através de empréstimo. Em troca, o Vitória cederia ao América, também por empréstimo, o lateral direito Guilherme, que disputou a Série D 17 pelo alvirrubro. A diferença é que Guilherme viria para o time profissional do América e Vanvan reforçaria o time sub-20 rubro negro.

A informação é do blog Arena Rubro Negra, que confirmou as informações com o América que, segundo a postagem, "já manifestou interesse em renovar o empréstimo do lateral [Guilherme] e pode envolver Mayk [Vanvan] na negociação".

Sem dúvida, se houver mesmo a troca de empréstimos, Vanvan ganharia experiência e visibilidade na base rubro negra, destaque do Nordeste na categoria, e o time de Leandro Campos ganharia equilíbrio, vez que não há um lateral direito confirmado ainda. Vale acrescentar que Guilherme agradou na movimentação quando esteve em campo.

Preparação fora de campo

A cada dia mais, os clubes se voltam para a preparação fora de campo como forma de aumentar a probabilidade de sucesso dentro de campo. E essa preparação tem ficado cada vez mais detalhista, como acompanhamos na excelente entrevista realizada pela Tribuna de Norte (edição de domingo, página 2 do caderno de esportes), que aborda até o América de 2014, com o preparador físico do América Hebert Araújo e o mestre em Psicologia pela UFRN George Klinger, exatamente como grafada:

Qual a avaliação que você faz do calendário do futebol nacional?
Hebert: Com esse estreitamento do calendário e redução de datas para uma melhor preparação, prejudica. O futebol evoluiu de tal forma que a velocidade do jogo atualmente é totalmente diferente do que ocorria há dez anos. Isso faz com que os atletas que percorrem maiores distâncias, sofram um desgaste maior. Temos um parâmetro em fisiologia que demonstra o seguinte: um atleta que participa de seis partidas seguidas já passa a correr um risco de sofrer lesões, devido a intensidade de uma partida. O futebol exige uma melhor preparação física e carecemos dessas datas para preparar melhor o atleta para os jogos de quarta e domingo. Precisamos também de intervalo mais longos entre as partidas, um calendário mais justo.

Nos moldes que estamos hoje, qual seria o intervalo considera ideal entre as partidas?
O atleta até 72 horas após as partidas é considerado ainda em processo de recuperação. O ideal é que o tempo de recuperação entre um jogo e outro fosse de cinco dias.

Falando do RN. A estrutura que os nossos clubes possuem hoje, com elenco reduzido, qual o segredo que vocês desenvolvem para evitar um excesso de contusões?
Hoje o investimento a nível de grandes centros ainda não foi feito no futebol do RN. Faltam análises bioquímica, quando colhemos o sangue na hora em que o atleta sai do campo e sabemos dos riscos que ele corre de forma imediata. Mas fora isso, que seria o campo ideal, tem algumas fases que podemos estar observando, tipo, a avaliação de esforço de cada atleta, conseguimos também fazer avaliações isocinéticas, com uma parceira junto a universidade para ver como o jogador chega para gente em termos muscular. São algumas variáveis que temos, não tão fidedigna como as análises bioquímicas, porém já nos servem como parâmetro.

Além das questões técnicas, existe também a cabeça dos nossos dirigentes que não estão habituados a esses novos métodos da fisiologia. Como está se travando essa guerra?
Os dirigentes estão observando que a tendência do futebol é se profissionalizar, a maneira de fazer isso é com estrutura e planejamento. Isso vem evoluindo na cabeça deles hoje, a ponto de ver que o atleta necessita de um aporte melhor na concentração, necessita de uma alimentação melhor. Então essas coisas já vêm sendo realizadas. Acredito que a curto e médio prazos o futebol do RN irá evoluir nesses aspectos também, já podemos notar alguma evolução.

Qual orçamento médio necessário para se possuir um bom centro de fisiologia em um clube?
O que investe mais neste seguimento no Brasil atualmente é o Corinthians, mas em termos percentual seria necessário em torno de 10% da receita que o América hoje ganha por mês para podermos realizar um trabalho considerado bom na recuperação e prevenção de contusão aos atletas. Um grande clube investe de dois a três milhões de reais num centro de prevenção e recuperação dos atletas.

Com relação aos profissionais, podemos dizer que o Brasil está bem preparado nessa área?
Os profissionais aqui estão tendo uma excelente oportunidade, por que em anos atrás, a pessoa para conseguir alguma informação de um clube, saber o que estava se trabalhando nessa área dentro dele, era muito difícil. Todos eram muito fechados e dificultavam a circulação de informações. Hoje, com o avanço da tecnologia e da internet, você tem acesso em tempo real a informações sobre complemento de treinos, jogos, aquilo que está sendo trabalhado em cada clube. Em Natal, atualmente possuímos uma pós-graduação em futebol, na UNI-RN, com isso estamos conseguindo colocar no mercado excelentes profissionais e a safra só está aumentando. Temos como um bom exemplo disso o treinador do Globo, Luizinho Lopes, também podemos citar o Ranielle Ribeiro, do ABC. Já são promovidos cursos bem interessantes na área aqui também, trazendo profissionais de outros clubes para trocar experiência com os daqui e essa tendência tende a melhorar e aumentar essa troca de informações.

Como os atletas estão reagindo ao trabalho desenvolvido pelos profissionais dessa área? Existe preconceito? Eles escondem problemas para não correr o risco de ficar fora de uma partida?
O principal nessa área é você conseguir ganhar a confiança do atleta, hoje ele sabe que depende muito da parte física dele para que possa desempenhar um bom papel dentro de campo. Então procuramos mostrar isso em números para ele. Claro que sempre haverá um pouco de relutância, jogador não quer ficar fora do time apenas por um risco de contusão, ele acha que consegue jogar. Mas a gente procura sempre mostrar os riscos que ele estará exposto e convencer de que em caso de contusão, o tratamento deverá afastá-lo dos gramados por um período bem maior. Em 2014 o América montou um elenco muito bom, chegou as quartas-de-final da Copa do Brasil, mas o excesso de jogos acabou prejudicando o time, que foi rebaixado na Série B. Será que isso interviu? Será que os atletas se cuidaram o suficiente? Houve planejamento para se ir tão longe numa disputa nacional realizada de forma simultânea com outra? Tinha um elenco suficiente para promover o rodízio e impedir que o cansaço afetasse a produção da equipe? Tudo isso tem de ser discutido.

Na hora de montar os elencos, os dirigentes consultam o pessoal da fisiologia, que deve ter informações sobre a condição dos atletas?
A gente se reúne, começa o planejamento. Sabemos que o América em 2018 terá duas competições no primeiro semestre: Estadual e Copa do Brasil. Não será uma etapa tão corrida quanto a temporada de 2017, quando disputamos a Copa do Nordeste, onde no espaço de uma semana viajamos a São Paulo para jogar a Copa do Brasil, embarcamos direto para Salvador para atuar pela Copa do Nordeste no sábado e na terça seguinte, já estávamos embarcando para Mossoró para jogar pelo Estadual. Uma mesma equipe fazer bons jogos nessa situação é quase impossível.

Qual a diferença do futebol para o basquete e outros esportes, para que um atleta não consiga realizar tantos jogos seguidos?
Primeiro é a questão do volume dos esportes. A distância percorrida no futebol atualmente está chegando na casa dos 10 a 12 quilômetros. Na NBA me parece que é a metade disso e a intensidade do futebol também é maior, por que no basquete há muito rodízio e um atleta não fica em quadra direito durante os 40 minutos de jogo, ao contrário do futebol, onde se pode realizar apenas três alterações.

Com esse novo trabalho realizado nos clubes, está cada vez mais fora de questão o jogador dar uma de chinelinho, aquele que gosta de ficar encostado?
Com certeza, a gente prioriza o alto rendimento do jogador então estamos sempre mostrando que eles dependem do bom funcionamento do corpo, pois são donos da própria empresa que é o nome deles. Os atletas agora estão mais conscientes disso, anos atrás o atleta era mais cabeçudo, olhava muito com o nariz retorcido para esse tipo de serviço, mas agora já estão mais profissionais. O treinador sempre acata as informações que passamos para eles antes de definirem as suas equipes.

George, dito tudo isso, como a psicologia pode ajudar os clubes a terem um entendimento melhor dessas novas técnicas aplicadas no futebol?
Antes de pensar em qualquer coisas temos de nos preocupar como a psicologia irá se implantar num clube de futebol. Como ela pode intervir de forma mais efetiva e como ela será apresentada aos clubes, uma vez que a maioria deles não possuem um profissional dessa área no seu departamento de profissionais, apenas alguns já os tem. Hoje a lei determina que para possuir o selo de clube formador de atletas, necessita contar com uma equipe multidisciplinar trabalhando em suas categorias de base, mas no futebol profissional isso ainda não ocorre. Acredito que esse seria o primeiro passo para a gente entender como esse contexto está situado e só depois ver como um psicólogo poderia intervir neste cenário. Dentro desse contexto, o raio de ação seria bastante amplo, iria desde o auxílio aos aspectos ligados de recuperação mental, que hoje ainda é muito ignorada. Podemos auxiliar os atletas a programar melhor as suas rotinas e ter a dimensão psicológica do treinamento contemplado dentro dessa rotina. Podemos ensinar também técnicas de relaxamento, que possibilita ao atleta contemplar os aspectos da recuperação.

Essas técnicas podem ajudar os atletas a superar as dificuldades enfrentadas pelo América em 2014, auxiliando o grupo a compreender a disputa de duas competições importantes ao mesmo tempo?
Sim, a psicologia neste caso seria usada para complementar o trabalho das demais áreas, num trabalho integrado. O que pode ser feito num caso desses, acredito que a principal parte a ser atacada pela psicologia seria o aspecto do planejamento. Fazendo os atletas passarem por certos tipos de situação que os habituem a conviver com situação de pressão, intensidade de cobranças, por exemplo. Mas hoje a psicologia só é lembrada depois que a gente já tem um problema instalado, ela nunca é chamada para prevenir as ocorrências desses problemas. Uma vez que temos um calendário e não podemos modificá-lo, a tendência é que nos adaptemos a ele e a psicologia pode ajudar bastante nessa adaptação.