Para que se entenda como o América é um clube fechado e peculiar, afinal eleição é palavrão, reproduzo aqui mais uma nota de uma coluna da Tribuna do Norte 01/01, página 5 do caderno de esportes, coluna Esportes de Primeira) a respeito da campanha da torcida americana para que o sócio torcedor tenha direito de escolher o presidente do clube. Primeiro, foi Beto Santos. Agora, Fernando Nesi assume ser contra. Segue a reprodução literal, inclusive pontuação:
Eleições Diretas
O conselheiro do América, Fernando Nesi, procurou a redação da Tribuna do Norte, conversou com o repórter Felipe Gurgel e relatou a opinião do próprio sobre a possibilidade de eleição direta (com o voto do sócio torcedor) no Alvirrubro. Eis o que o conselheiro comentou:
"Convivo, ao longo de minha vida, estatuto de clubes do esporte, da cidade do Estado. Fui presidente do América entre 92 e 94 e sou contrário. É uma prerrogativa ao conselheiro, escolher o presidente do clube. O sócio torcedor está muito distante de ser conselheiro. Eles acham, que por dar uma contribuição irrisória, que os conselheiros também dão, acham que podem ter essa iniciativa. A maioria desses sócios não sabem, a fundo, a história do clube. O América não pode dar esse direito a essas pessoas. Você não pode colocar um conselheiro ao lado de sócio torcedor e achar quem é o melhor. Não quero dizer que quem tem uma condição financeira menor, não pode tratar da história do clube. Vejo isso como negativo do América. Vou ser uma pedra no sapato dos meus sucessores. Não quero desordeiros no c[l]ube. Represento uma parcela muito grande no esporte amador do estado. Acho que não é o momento e muito cedo para se tratar desse assunto. O estatuto do clube ainda está em discussão. Demos algumas ideias ao ex-presidente Hermano Morais. O América não tem a figura do Grande Benemérito. Sou o único sócio honorário vivo do América. Sou contrário a isso. Se o conselho deliberativo quiser tocar nesse assunto, vai ser uma batalha, não irei me calar".
Se o voto do sócio só pode virar realidade através da reforma do estatuto, por que esse assunto não poderia ser discutido agora, quando o estatuto está sendo reformado? A democracia americana não permite nem mesmo que seu conselho deliberativo discuta uma questão (se vai aprovar ou não, são outros quinhentos) que não agrada aos cardeais.