Abri o e-mail e lá estava a primeira manchete do The New York Times anunciando a morte do ditador cubano Fidel Castro. Quer dizer, ex-ditador, porque, tal qual numa monarquia, o cubano já havia escolhido e dado posse ao seu sucessor, seu irmão Raul Castro.
Fidel foi o líder de um golpe que tirou o maior bem de uma população: a liberdade. Todos que se manifestavam contra sua revolução (é incrível como nenhum golpista gosta que seu movimento seja chamado golpe, e sim revolução) acabavam a mofar numa cela. E assim muitos presos políticos enchiam e enchem as cadeias cubanas.
De ilha próspera, Cuba virou prisão de onde muitos tentam diariamente fugir de todo jeito. Quantas vidas já não se perderam na rota marítima dali até Miami?
Como bem disse hoje de manhã Yoani Sánchez, maior voz de oposição na internet, nunca ele esteve tão esquecido como no momento de sua morte. Agora deve começar o movimento para sua canonização, típica beatificação que ocorre na morte de qualquer político. Morreu? Vira santo.
Toda vez que morre um ditador devemos lembrar que não há noite que não acabe. E isso vale para todos nós.