terça-feira, 20 de setembro de 2016

Parece que vai


No fim da tarde de hoje, o famoso repórter Wellington Campos, que cobre diariamente a CBF, publicou no Twitter que o presidente do Remo André Cavalcante vai mesmo provocar o STJD para que o Botafogo-PB perca pontos nesta Série C.

O repórter ainda respondeu a um tweet que perguntava sobre o presidente do América Beto Santos. Campos afirmou que não o viu por lá.

Rumores falam que o Remo já se acertou com o advogado do Fluminense, aquele que rebaixou a Portuguesa e livrou o time carioca da Série B naquela questão de intimação ou não a respeito de punição de um jogador.

Imagino que, por estratégia processual, o América não acompanhará o Remo na ação.

Saberemos amanhã.

O preço dos ingressos de Brasil x Bolívia

Prepare o bolso, minha gente! Eis o preço dos ingressos de Brasil x Bolívia, que será realizado pelas Eliminatórias da Copa 2018 na Arena das Dunas, no dia 06/10, às 21h45:

Arquibancada inferior
Norte/Sul - R$ 150 (inteira) e R$ 75 (meia)
Leste/Oeste - R$ 220 (inteira) e R$ 110 (meia)

Arquibancada superior
Leste/Oeste - R$ 170 (inteira) e R$ 85 (meia)

Setor Premium (inferior Leste com alimentos e bebidas inclusos) - R$ 300

Setor VIP (inferior Oeste com alimentos e bebidas inclusos) - R$ 350

Camarotes (inferior Oeste ou mezanino Oeste com alimentos e bebidas inclusos) - R$ 400 por assento (venda fechada em lotes de 18 a 30 lugares)

Camarote Villa Mix (camisa exclusiva do camarote, espaço exclusivo com lounge, open bar com whisky, vodka, cerveja e refrigerante, DJ, shows de Banda Eva e Pedro & Benício) -R$ 350

As vendas começam na próxima quinta-feira às 10h através do site da CBF.

Péssimo para o Brasil

Talvez os brasileiros não saibam, mas a Justiça Eleitoral é muito peculiar. É a única divisão do Poder Judiciário que não tem juízes nem promotores próprios. Eles são emprestados de suas funções originais e têm que acumular o trabalho para o qual prestou concurso com a função eleitoral que lhe é apontada a cada dois anos.

Nem preciso dizer quem mais se beneficia com tamanho peculiaridade... O volume de questões a serem julgadas numa eleição às vezes nos coloca na situação esdrúxula de um eleito ser afastado tão somente às vésperas da próxima eleição. E com prazos prescricionais de 3 anos e eleições a cada 4 anos (para os mesmos cargos; para outros, a cada 2), não fica difícil entender por que a Justiça Eleitoral é emprestada.

Pior é quando o Poder Judiciário nem se compadece de situações especiais. Veja-se o caso das eleições de 2014. Há uma ação que tramita no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desde aquele ano pedindo a cassação da chapa Dilma-Temer. Estamos falando da presidência do Brasil! O TSE não fez um só esforço para dar celeridade a ela, mesmo sabendo que isso é uma espécie de sombra sobre os eleitos. Ministros pedem vistas intermináveis do processo e chegamos à esdrúxula situação de Dilma ter sofrido impeachment (processo que começou bem depois) e nada de sair a decisão do TSE.

Querem saber a melhor? O presidente do TSE Gilmar Mendes já disse que a decisão não sairá antes de 2017. Não seria nada demais não fosse por um detalhe: se o presidente cair na metade final do mandato, a eleição do sucessor, para terminar o mandato, se dá indiretamente, pelo Congresso Nacional. Se a chapa Dilma-Temer fosse cassada ainda em 2016 (não sabemos se a decisão será nesse sentido, mas é possível), o povo escolheria novo presidente.

Estando o Brasil numa situação tão delicada, caberia ao Poder Judiciário perceber a gravidade dessa lentidão e evitar novos desgastes à política nacional. Não é possível que os Ministros do TSE não percebam que uma ação envolvendo a presidência do país requer prioridade máxima de esforços.

Já não basta o papelão a que o Supremo Tribunal Federal vem sendo submetido a cada ato e/ou declaração de Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes. Agora ainda temos que aguentar o TSE permitir a ressurreição de eleições indiretas no Brasil por não dar celeridade a um julgamento de chapa presidencial. Isso é, no mínimo, insensibilidade. 

Que a justiça seja cega, Ok. Mas dar as costas a um país é demais!

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Os documentos da polêmica

Parece que os presidentes de América  e Remo acharam a irregularidade tão falada no contrato do volante Sapé, do Botafogo-PB.

No contrato de transferência, consta a assinatura do presidente do  conselho do CSP Jozivaldo Alves dos Santos, e não a do presidente do CSP Josivaldo Severino Gomes.

Tal ato seria justificado numa procuração do clube para o presidente do conselho. Confesso que nunca ouvi falar no Direito de um clube ser representado por transferência (sem qualquer reserva) de poderes do mandatário máximo para outra pessoa por procuração. Eis uma novidade, pelo menos para mim.

De todo jeito, os documentos da discórdia podem ser conferidos aqui.

Entrelaçado

Nesse mundo do futebol, parece que todo mundo é primo. Puxa daqui, puxa dali, e descobrimos que todo jogador tem alguma ligação com um clube próximo em algum grau. É a mesma coisa que acontece com a cidade de Natal: conversando descobrimos um primo distante entre nós e os nossos interlocutores.

Vejam esse caso da suposta irregularidade envolvendo o volante Sapé, do Botafogo-PB. Ele foi revelado pelo CSP, mesmo clube que revelou Lúcio. E no finzinho de 2011 foi anunciado como reforço do ABC.

É incrível como até quem parece mais distante está perto!

Sobre a irregularidade, parece que não se trata de caso disciplinar, mas sim de questão contratual. Rumores falam em perda de 9 pontos. Interessante que o empate em 0x0 entre Remo e América foi a conta do chá para classificar o paraense e segurar o América na C. Mas só se a irregularidade for confirmada.

De todo jeito, ô mundo entrelaçado é esse do futebol!

Silêncio esclarecedor

Depois do desastre, silêncio. Nenhum pronunciamento oficial, nenhuma mensagem, nenhum pedido de desculpa. Nada.

A página do América ainda traz matéria sobre o mistério do time titular de Diá. Mistério nunca revelado, diga-se de passagem.

Nem treinador, nem presidente. Apenas Thiago Potiguar falou. E chorou.

Silêncio pode ser eloquente. Pode ser incômodo. Pode ser ensurdecedor. Pode ser estupefação. No caso, digo que é esclarecedor.

As palavras de Roberto Fernandes

Na madrugada, o técnico Roberto Fernandes publicou depoimento nas redes sociais sobre a situação de livrar o Confiança do rebaixamento e ver o América na Série D:

Dois Sentimentos:
1o) Alegria do dever cumprido... Agradecer o Apoio e a Confiança da torcida do @confiancaoficial 
2o) Lamentar o momento do @americafcnatal por sua tradição, torcida e história, perde o futebol do RN, mas agora é reconhecer a queda, sacudir a poeira e dar a volta por cima...
Referência tbm ao @clubedoremo surpresa ter ficado de fora...
A TODOS... AVANTE!!

A postagem trazia um vídeo da comemoração da torcida do Confiança e uma foto da torcida do América lotando a Arena das Dunas.

Sob o comando de Bob a partir de 12/07, o Confiança fez a 3.a melhor campanha do 2.° turno (4v, 3e e 2d). O América fez exatamente a mesma campanha do Salgueiro (2v, 2e, 5d), 8.a e 9.a campanhas respectivamente. O treinador do Salgueiro (Evandro Guimarães) comandou a equipe em toda a Série C. Diá foi anunciado em 26/06.

O elenco

Com a triste situação atual, muito provavelmente o América fará praticamente terra arrasada do elenco atual, talvez com exceções contratuais em virtude das finanças. Mas acho que ainda há quem se aproveite (não tenho como analisar se vale a pena a relação custo x benefício porque não sei o salário dos jogadores).

Dentre os goleiros, eu ficaria com Ricardo e Ewerton. Daniel deve ficar por questões contratuais. A experiência de Ricardo, ele em forma e com ritmo de jogo, é fundamental para o início de uma dura caminhada de recuperação. E Ewerton foi uma grata surpresa.

Nas laterais, Everton e Danilo (contrato de um ano) têm potencial. Os outros só se tivessem salário para completar elenco.

Na zaga, apesar de gostar muito de Clebão, acho que o ciclo acabou. Lucas Bahia tem potencial. Maracás também. Deixaria Richardson por ser prata da casa. Ao resto, tchau e bênção.

Dentre os volantes, Magno, Leomir e Pablo Oliveira não ficam pelo vínculo com os clubes de origem. Diego Silva sabe marcar, mas não sei se vale a pena. O resto também tchau e bênção.

No meio, Jussimar fica porque tem vínculo de um ano, mas não jogou nem 5 centavos de bom futebol. Talvez outro treinador faça o seu talento aflorar. Thiago Potiguar tem muita identificação com o América e ainda desponta como o melhor nome do meio. Só.

No ataque, ficaria com Rômulo e Luiz Eduardo (este a depender da relação custo x benefício). O resto não dá mais.

11 jogadores. Alguns deles só mesmo porque o contrato obriga e imagino que dinheiro esteja em falta. Mas vou compreender se houver uma limpeza ainda maior no elenco. Apenas entendo que é preciso definir primeiro o treinador. 

A importante escolha do treinador

Desde o fim do ano passado, três nomes surgiram como favoritos da torcida para comandar o América na Série C 2016: Roberto Fernandes, Flávio Araújo e Oliveira Canindé. Segundo entrevistas do presidente Beto Santos neste período, os dois primeiros foram rejeitados por terem altos salários e o último porque ainda não era a hora de sua volta.

Pois bem. Roberto Fernandes foi contratado pelo Confiança, fez campanha de G4 por lá e tirou o time de Aracaju da zona de rebaixamento.

Flávio Araújo esteve no Cuiabá. Foi demitido após empatar com o América na Arena Pantanal e perder para o ABC no Frasqueirão, ainda no primeiro turno. O Cuiabá não estava na zona de rebaixamento então e também não caiu. Flávio agora tenta tirar o Sampaio Corrêa da lanterna na Série B.

Oliveira Canindé foi contratado pelo CSA. Não foi campeão estadual, mas foi mantido. Colocou o time alagoano na Série C e agora está na final da Série D. Vai enfrentar o Volta Redonda na briga pelo título da competição.

A permanência de Bob ou a volta de Flávio Araújo ou Oliveira Canindé não representariam a certeza de conquista. Mas acredito firmemente que o América não estaria na vexatória situação de rebaixado para a Série D. Outra coisa: não haveria ciranda de treinadores, porque a torcida nutre mais respeito pelos nomes apontados. E sem ciranda de treinadores, também não haveria a verdadeira roda viva de jogadores dispensados e contratados ao longo do ano, principalmente na Série C.

A boa notícia é que Jussier Santos deu entrevista ontem à Rádio Globo Natal e reconheceu como maior erro da administração (há quem afirme que ele é quem manda de fato no América) a troca constante de treinador. Ou seja, faltou convicção no trabalho de quem comandou o time em campo.

O América precisa buscar um comandante que consiga montar um time pelo menos para ser campeão estadual. Se não subir em 2017 e não tiver feito a melhor campanha do estadual, com exceção admitida para o ABC, que é da C e pode ir para a B, o América ficará sem Série em 2018, uma vergonha inadmissível para um clube de tamanha tradição. E sem um time pelo menos no estadual, o caminho da D ficará truncado como foi neste ano.

É bom ressaltar que a conquista de uma vaga na Série D passa por somar o maior número de pontos no estadual inteiro. Conquistar um turno só será suficiente se o time conquistar também o título. Fora disso, a vaga pode ir para quem nem chegou à final. Ou seja, o que vale é a regularidade.

Dito isso, quem será o treinador para 2017? Quanta custa? Seria melhor trazer alguém já habituado ao estadual do RN? Ou alguém identificado com o América para suportar a pressão da torcida em caso de maus resultados? Alguém de renome nacionalmente? E os jogadores?

Se essa tarefa já não é fácil normalmente, imaginem agora após um rebaixamento para a Série D! É hora de passar uma lupa no trabalho de possíveis candidatos ao posto de técnico do América porque a margem de erro não existe mais. 

Juntos na agonia

Portuguesa e América, que caíram juntos em 2014 da B para a C, agora repetiram a dose e caíram juntos da C para a D.

Dois clubes de muita tradição, mas que não acharam mais o caminho das boas gestões.