segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Uma entrevista interessantíssima!

A Tribuna do Norte de domingo trouxe uma entrevista interessantíssima na seção de Esportes: Francisco Bernardes Filho, analista tático do América, função em que analisa minunciosamente os adversários rubros em relatórios repassados ao comandante técnico do Mecão. Francisco afirma categoricamente que o futebol brasileiro é fraquíssimo em termos táticos e analisa o momento do futebol tanto no Brasil como no mundo. Confira trechos dessa esplendorosa entrevista exatamente como publicados (inclusive erros):

"Você vê o jogo, analisa o adversário. Então fazendo uma análise geral da série B, existe alguma novidade em termos táticos nessa disputa?
Eu enxergo o futebol como uma coisa tática, mas aqui no Brasil as pessoas ainda querem entender o futebol como técnico. A maneira como as equipes se organizam e se desdobram dentro de campo, em cobertura defensiva, superioridade numérica no ataque e também na defesa. Tudo isso influência numa partida de futebol, além da capacidade técnica de cada jogador, que não pode ser descartado. Pesa também o poder aquisitivo das equipes, na série B os clubes que estão no topo são a dos estados com maior poder de investimento. Eles têm condições de contar com profissionais melhores e isso pesa, mas não falo apenas os jogadores, mas o pessoal que trabalha no campo como um todo.

(...)
Você falou de ter bons jogadores e profissionais, aliando isso aos recursos. Então, no caso dos nossos clubes, como fazer que com poucos recursos a gente consiga ter essa grande organização?
Acredito que no futebol, a gestão sempre vai diferir das realizadas nas empresas. As empresas podem esperar resultados a médio e longo prazos, no futebol isso não acontece, o resultado é para ontem. A nossa cultura é essa, se o técnico perder cinco partidas vai embora e ai não se tem tempo de fazer um trabalho embasado. Nós devemos investir na formação dos nossos atletas, planejando a formação de uma equipe para quatro anos na frente. Mas ninguém quer saber disso por aqui, querem contratar jogadores e acabando a temporada vai todo mundo embora e se monta outra equipe. Temos de ter paciência na formação. É a alternativa mais viável.

(...)
O trabalho que você desempenha é de observar o adversário e munir os treinadores com informação e palpites. Frente a isso, você não encontra muita barreira por parte dos técnicos?
O scout pode significar muitas coisas: detectar, investigar, pode ser realizado a nível de qualitativo, quantitativo, para detecção de talentos e como é uma área nova de trabalho torna tudo um tanto difícil e complicado. Porque isso? Por que você tem de intervir e, muitas vezes isso aos olhos de pessoas que não tem o mesmo entendimento que você, pode gerar alguma desconfiança. Essas pessoas podem entender que alguém está tentando se meter no trabalho deles. Mas não é isso, nossa função é analisar, identificar, tentar solucionar e dar respostas para aquilo que acontece num jogo, visando a melhoria da equipe em termos individuais, coletivos e táticos. Se não tiver entendimento da importância disso numa comissão técnica, limita o trabalho desse profissional.

Como isso é feito na Europa, você teve a oportunidade de trabalhar por lá [fez curso de treinador e pós-graduação em Portugal]?
Em relação a Europa, o trabalho aqui no Brasil ainda está engatinhando. Aqui nós ainda usamos o termo de olheiro, aquele cara que o treinador da equipe manda para investigar os adversários. (...) Na Europa não existe um profissional com esse fim específico, existe sim um departamento com vários profissionais encarregados de analisar ponto a ponto os adversários. São muitas informações desde: passe, recepção, desarmes, cabeceio, escanteio, laterais. Quem faz o quê, como costuma fazer... São variáveis que os profissionais devem dominar. (...) Nós hoje temos os melhores jogadores do mundo tecnicamente falando, mas taticamente somos fraquíssimos.

(...)
Qual o principal erro tático que você nota nas equipes do futebol nacional?
Não sei se seria um erro tático, mas vejo a questão da organização, que é crucial para desenvoltura dentro de campo. Hoje o futebol não tem mais espaço para o centroavante pivô, aquele cara parado. Se um time jogando assim pega um adversário que force o jogo tanto em profundidade, quanto pelas laterais, esse time terá um jogador a menos. Se o treinador ainda insistir com a figura do meia armador, que só joga com a bola no pé, serão dois jogadores a menos para combater os adversários. Neste caso ele ficará em franca desvantagem. Equipes modernas, se você prestar atenção, mesmo quando ela ataca está se defendendo e vice versa. Apesar da dualidade, ela sabe que perdendo a bola no ataque, (o jogador) terá de realizar uma defesa ofensiva, ainda no campo do adversário. Ao mesmo tempo quando o time está sendo atacado, ele sabe que se der o bote no momento certo e oportuno, pode conseguir um contragolpe fatal. Os times hoje causam uma superioridade numérica de atletas no setor que perdem a bola para evitar esse tipo de situação. Sistema tático e dinâmica organizacional é que fazem o jogo fluir nos dias atuais.

Quando você fala em modelo, quer dizer exatamente o quê?
Pelo que eu vejo os clubes aqui no Brasil não tem um modelo de futebol, eles seguem uma lógica que eles trazem de muitos anos. Quando é contratado é um profissional, a equipe está investindo em um nome apenas e não num perfil de profissional que se encaixe dentro daquele que seria o modelo do clube trabalhar. Quando procuramos apenas um profissional, encontramos vários. Mas quando buscamos uma peça para ocupar um perfil de trabalho, ai sim teremos uma pessoa apenas. A incógnita sempre irá existir, não podemos antecipar se vai ou não dar certo, mas pelo menos existe um referencial, o trabalho será feito dentro do planejamento. Quando se deixa isso solto, não criamos parâmetros, o treinador chega e muda tudo dentro de um clube, tentando implantar o seu modelo de jogo e isso não se implanta do dia para noite, requer tempo. Justamente o que não temos no futebol. O modelo tem de ser trabalhado desde a base e seguindo em todos os níveis do clube. Esse é o segredo do Barcelona, Porto e Ajax, que não mudam a forma de jogar e facilita o acesso dos jovens revelados nesses clubes ao time profissional. Ele já chega sabendo o papel a desempenhar e que tipo de movimentação terá de fazer. O técnico não perde tempo ensinando coisas assim lá.

Fonte: Tribuna do Norte, edição de 12/10/14, caderno de esportes, página 2.

América acerta o passo

Já não era sem tempo. O presidente Gustavo Carvalho atendeu o anseio da torcida americana e demitiu hoje no início da tarde o treinador Marcelo Martelotte. Depois do fracasso de sábado, quando uma substituição mal feita retirou do América uma vitória até certo ponto tranquila, a situação de Martelotte, que já era ruim, ficou insustentável.

A agenda positiva não para aí. Também atendendo o clamor nação alvirrubra, Gustavo repatriou Roberto Fernandes. O Mito, como ficou conhecido após encerrar um tabu de quase 3 anos em favor do Abc no clássico rei do RN e iniciar um em favor do América, já mostrou que sabe corrigir o rumo de uma equipe sem necessitar de uma só contratação, antes pelo contrário, até mesmo tendo baixas. Aliás, é melhor mesmo quando Bob não contrate, mas deixemos isso para quando for necessário.

Bob agora chega com a missão de tirar o América do rebaixamento apesar de todos os desfalques médicos, mas antes enfrenta uma parada duríssima pelas quartas de finais da Copa do Brasil no Rio de Janeiro.  E já chegou com um dom: começa a haver movimentação para saída do DM de jogadores nas próximas duas rodadas, conforme entrevista do médico americano Maeterlinck Rego hoje à Rádio Globo Natal.

Parabéns, Gustavo, por corrigir a rota americana para estes últimos e decisivos 9 jogos da Série B! E a Bob, o bom filho à casa torna. #PraCimaMecão

domingo, 12 de outubro de 2014

Não foi Marcelo Martelotte

Não foi Marcelo Martelotte que armou o América do 1.° tempo contra o Sampaio Corrêa. Foi o destino. Este sim foi que afastou Max, Rodrigo Pimpão, Arthur Maia, Cléber, Alfredo e permitiu que uma equipe totalmente nova entrasse em campo.

Isac, Wanderson e Jeferson, enquanto tiveram fôlego, fizeram a melhor partida deles nesta temporada.

Só que o destino também cobra sua conta. E levou Márcio Passos e Jeferson para o estaleiro antes do recomendado. Ok. Bastava um 6 por meia dúzia, já que o time vencia por 2x0. 

Mas isso fica para quem tem exata noção do que é a briga para sair de um rebaixamento ns Série B. Não é o caso de Marcelo Martelotte. Na cabecinha brilhante dele, surgiu a ideia de colocar Thiago Chrystian, aquele mesmo que matou o América no jogo anterior e que não fez nem 10 minutos que prestem sob seu comando, para marcar o infernal Pimentinha. Não deu outra: dois gols relâmpagos do Sampaio e o América cada vez mais com cara de rebaixamento.

Até quando? A diretoria do América precisa cair na real de que ninguém quer um centenário na Série C, ainda mais depois de tudo que clube e torcida ralaram de 2011 a 2013 em Goianinha e em Ceará-Mirim.

Marcelo Martelotte não tem perfil para uma situação dessa e agora já começou a tirar carta de garantia falando que o erro está lá atrás. Quem diabo quer saber onde está o erro, meu filho? Queremos é solução!

Já passou da hora de agradecer a ele os serviços(?) prestados e trazer o único técnico que viveu algo semelhante e conseguiu nos tirar do buraco: Roberto Fernandes. Até porque o maior problema de RF são suas contratações, mas como não é mais possível contratar, o América está resguardado.

A vaca já foi para o brejo. Trazer alguém com perfil para resgatá-la na unha é a única chance de salvar o América da vergonha de ser rebaixado em sua volta a Natal. 

And God bless America.

sábado, 11 de outubro de 2014

Luverdense x Paraná às 21h

Local: Estádio Passo das Emas

Luverdense (4-4-2): Gabriel Leite, Jean Patrick, Renato,  Zé Roberto, Paulinho; Júlio Terceiro, Gilson, Felipe Alves, Rondinelli; Misael, Reinaldo. Técnico: Júnior Rocha.

Paraná (4-4-2): Marcos, Ricardinho, Cleiton, Alisson, Paulinho; Jean, Edson Sitta, Lúcio Flávio, Henrique Santos; Carlinhos, Arthur. Técnico: Ricardinho.

Árbitro: Arnoldo Vasconcelos Figarela (RO)
Assistentes: Valdebrânio da Silva (RO) e Adailton Fernando Menezes (GO)

Destaques do Luverdense
Rubinho - é o rei das cobranças de falta.
Misael - bom na movimentação e na finalização.

Destaques do Paraná
Edson Sitta - bom na marcação.
Lúcio Flávio - bom nas cobranças de falta.

Prognóstico: o Luverdense (12.º) conseguiu interromper a sequência de 4 jogos sem vencer, mas enfrenta o Paraná (16.º) que não costuma vender barato suas derrotas. Empate.

Avaí x Icasa às 21h

Local: Estádio Ressacada

Avaí (4-4-2): Vágner, Bocão, Bruno Maia, Antonio Carlos, Thiago Carleto; João Filipe, Eduardo Costa, Diego Felipe, Marquinhos; Anderson Lopes, Roberto. Técnico: Geninho.

Icasa (3-5-2): Busatto, Josué, Naylhor, Carlinhos Reicht; Ivonaldo, Albano, Mauri, Roger, Zeca; Núbio Flávio, Lucas Gomes.  Técnico: Vladimir de Jesus.

Árbitro: Cleisson Veloso Pereira (MG)
Assistentes: Márcio Eustáquio Santiago (MG) e Frederico Soares Vilarinho (MG)

Destaques do Avaí
Marquinhos - bom nos lançamentos e cobranças de falta.
Anderson Lopes - bom na movimentação e na finalização.

Destaques do Icasa
Busatto - tem feito milagres.
Ivonaldo - boa opção ofensiva.

Prognóstico: o Avaí (5.º) parece que não desistirá facilmente do acesso; o mesmo pode ser dito do Icasa (18.º) em relação a escapar do rebaixamento. Empate.

América x Sampaio Corrêa às 16h20

Local: Arena das Dunas

América (4-4-2): Fernando Henrique, Marcelinho, Roberto Dias, Lázaro, Wanderson; Márcio Passos, Thiago Dutra, Neto, Jeferson; Paulinho, Isac. Técnico: Marcelo Martelotte.

Sampaio Corrêa (4-4-2): Rodrigo Ramos, Toti, Mimica, Felipe Zang, Gilton; Jonas, Uillian Corrêa, Eloir, Hiltinho; Pimentinha, William Paulista. Técnico: Lisca.

Árbitro: Rodrigo Nunes de Sá (RJ)
Assistentes: Lilian da Silva Fernandes Bruno (RJ) e Francisco Pereira de Souza (RJ)

Destaques do América
Roberto Dias - seguro e com passe.
Neto - bom na marcação e no apoio ofensivo.

Destaques do Sampaio Corrêa
Pimentinha - inferniza a defesa adversária.
Eloir - é o cérebro da equipe.

Prognóstico: o América (17.º) tornou-se um time medroso e enfrentará o Sampaio Corrêa (6.º), que, com Lisca, passou a brigar incondicionalmente em todas as partidas. Vitória do Sampaio Corrêa.

Náutico x Abc às 16h10

Local: Arena Itaipava

Náutico (4-3-3): Júlio César, Rafael Cruz, William Alves, Renato Chaves, Rai; João Ananias, Paulinho, Canete; Bruno Furlan, Sassá, Tadeu. Técnico: Dado Cavalcanti.

Abc (4-4-2): Gilvan, Madson, Marlon, Samuel, Michel Benhami; Fábio Bahia, Marcel, Daniel Amora, Rodrigo Mendes; Zambi, Rodrigo Silva. Técnico: Moacir Júnior.

Árbitro: Felipe Duarte Varejão (ES)
Assistentes: Katiúscia Berger Mendonça (ES) e Fábio Faustino dos Santos

Destaques do Náutico
Júlio César - líder da defesa.
Sassá - bom na movimentação e na finalização.

Destaques do Abc
Madson - boa opção ofensiva.
Rodrigo Silva - atacante que não perdoa.

Prognóstico: o Náutico (8.º) vive uma crise financeira e o Abc (13.º) quer se aproveitar. Empate.

América-MG x Portuguesa às 16h10

Local: Arena Independência 

América-MG (4-4-2): João Ricardo, Pablo, Adalberto, Vitor Hugo, Raul; Leandro Guerreiro, Andrei Girotto, Tchô, Gilson; Willians, Obina. Técnico: Givanildo de Oliveira.

Portuguesa (4-5-1): Rafael Santos, Arnaldo, André Astorga, Mateus Alonso, Jean Mota; Renan, Diogo Orlando, Jocinei, Gabriel Xavier, Allan Dias; Bryan Aldave. Técnico: Vágner Benazzi.

Árbitro: Edmar Campos da Encarnação (AM)
Assistentes: Jander Rodrigues Lopes (AM) e Ivo Fernando da Costa de Sousa (AM)

Destaques do América-MG
Gilson - marcou dois gols na última partida.
Obina - atacante que não perdoa.

Destaques da Portuguesa
Arnaldo - boa opção ofensiva.
Allan Dias - bom na marcação e no apoio ofensivo.

Prognóstico: Quem segura o América-MG (10.º) de Givanildo de Oliveira? A Portuguesa (20.º) vai tentar. Vitória do América-MG.


Ponte Preta x Santa Cruz às 16h10

Local: Estádio Moisés Lucarelli

Ponte Preta (4-4-2): Roberto, Rodnei, Tiago Alves, Gilvan, Bryan; Fernando Bob, Juninho, Tomaz, Adrianinho; Cafu, Alexandro. Técnico: Guto Ferreira.

Santa Cruz (4-4-2): Tiago Cardoso, Tony, Everton Sena, Renan Fonseca, Tiago Costa; Sandro Manoel, Bileu, Danilo Pires, Wescley; Keno, Léo Gamalho. Técnico: Oliveira Canindé.

Árbitro: Devarly Lira do Rosário (ES)
Assistentes: Leonardo Mendonça (ES) e Edson Glicério dos Santos (ES)

Destaques da Ponte Preta
Adrianinho - bom na movimentação e na finalização.
Alexandro - atacante que não perdoa.

Destaques do Santa Cruz
Tiago Cardoso - em excelente fase.
Léo Gamalho - não costuma desperdiçar assistências.

Prognóstico: a Ponte Preta (2.º) parece decidida a conquistar não só o acesso, mas o título da competição. O Santa Cruz (11.º) oscila. Vitória da Ponte Preta.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Vasco x Boa às 19h30

Local: Estádio São Januário

Vasco (4-4-2): Jordi, Diego Renan, Rodrigo, Douglas Silva, Marlon; Fabrício, Pedro Ken, Dakson, Maxi Rodriguez; Lucas Crispim, Kléber.Técnico: Joel Santana.

Boa (4-4-2): Leandro, Tinga, Ciro Sena, Lula, Marinho Donizete; William Magrão, Vinícius Hess, Tomas, Clébson; Francis, Malaquias. Técnico: Nedo Xavier.

Árbitro: Antonio Neuricláudio Costa (AC)
Assistentes: Márcia Bezerra Lopes Caetano (RO) e Jean Carlos Rodrigues da Silva (AC)

Destaques do Vasco
Pedro Ken - não desiste facilmente das jogadas.
Lucas Crispim - bom na movimentação e na finalização.

Destaques do Boa
Marinho Donizete - peça fundamental no esquema do treinador.
Vinícius Hess - bom na marcação.

Prognóstico: o Vasco (2.º) mostra outro espírito com a volta de Joel Santana, já o Boa (7.º) não tem mais a mesma força. Vitória do Vasco.