É bem verdade que o América não pegou nenhuma moleza na Copa do Brasil até aqui. O Boavista, apesar de sem série, era o mesmo time que disputara o forte campeonato carioca, aquele mesmo de Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco.
O Náutico é o velho e forte rival nordestino de Pernambuco, com um histórico de confrontos duríssimos com o Mecão.
O Fluminense, então vice líder da Série A, tem um dos elencos mais invejáveis do país! Quem não gostaria de ver no seu time Diego Cavalieri, Carlinhos, Chiquinho, Cícero, Conca e Fred?
Já o Atlético-PR, também na Série A, além do histórico recente de vitórias contra o América (como o humilhante 6x2 no Barretão no ano passado), também estava na parte de cima na tabela da Série A e fazia sua estreia na Arena da Baixada com sua torcida presente.
Agora chegou a vez do Flamengo. E aqui o buraco é mais embaixo. Nem tanto por questão de torcida, reconhecidamente a maior do país, mas muito mais pelo estilo de jogo do time de Luxemburgo, que marca pressão no adversário, e pela famigerada ajuda da arbitragem que o deixa sempre com 15 jogadores.
Ressalte-se que o árbitro de hoje é Héber Roberto Lopes, conhecido por irritar a torcida do time da casa. É ou não é para abrirmos o olho?
Sob o comando de Luxemburgo, o Flamengo empreendeu grande recuperação tanto na Série A, já que conseguiu sair da zona de rebaixamento, como na Copa do Brasil, já que conseguiu devolver os 3x0 ao Coritiba e se classificar nos pênaltis na única fase que disputou até aqui.
Por sua vez, o América vive terrível fase na Série B, estando há 10 jogos sem vencer. Nem falemos mais de desfalques, característica desta temporada. E não tem mais Oliveira Canindé, treinador que levou o time ao inédito feito no RN de se classificar dentro de campo para as quartas de finais da Copa do Brasil.
Ou seja, a parada, que já é difícil, virou duríssima por todo o ambiente que a envolve.
Quando penso neste confronto, me lembro da Série A de 1998. O América, lanterna da competição e já rebaixado, enfrentou o Flamengo dos tetracampeões Ricardo Rocha e Romário, que lutava por uma vaga para as quartas de finais da competição (sim, o campeonato brasileiro um dia já teve outro formato, com playoffs). Neste dia, vi o Mecão entrar em campo vaiado, ante as caravanas flamenguistas de todo o nordeste. O resultado? América 2x1 Flamengo, gols de Ricardo Rocha (contra, um toque de classe, diga-se de passagem) e Rogers; Romário.
Os times eram os seguintes:
América - Gomes, Gilson, Ronald, Carlos Mota, Mingo; Moisés, Montanha, Carioca, Biro-Biro; Rogers (Moura), Zezinho (Paloma). Técnico: Júlio César Leal.
Flamengo - Clemer, Fábio Baiano, Ricardo Rocha, Fabão, Leonardo Inácio; Cleisson (Rodrigo Fabri), Marcos Assunção, Jamir (Marcelo Santos), Beto, Iranildo (Caio); Romário. Técnico: Evaristo de Macedo.
Cleisson jogou um estadual anos depois pelo América.
O que teremos para hoje na Arena das Dunas às 22h? O Brasil todo quer saber. #PraCimaMecão