Some things will never change (algumas coisas jamais mudarão). É essa a sensação que tenho sobre como o consumidor do produto futebol no Brasil, especialmente no Rio Grande do Norte, é tratado.
Primeiro, o América anunciou uma pesada majoração no preço dos ingressos. Ok, está na sua liberdade de ação: produtos de maior demanda estão mesmo sujeitos a um maior ágio. O ineditismo de América x Flamengo pelas quartas de finais da Copa do Brasil já dava pinta de que isso ocorreria.
Depois veio o desencontro de informações. Haverá uma zona mista onde torcedores dos dois clubes poderão permanecer lado a lado. Vai mesmo? Não. Serão 30% da carga de ingressos para a torcida do Flamengo, né? Não, não, apenas 10%.
De 18 a 20/09, somente sócios do América terão direito de comprar ingressos (até 4) para amigos e familiares torcedores do América. Houve gente que comprou para torcedores do Flamengo.
As vendas começam no domingo para os outros americanos e flamenguistas. Não, o site da Arena das Dunas saiu do ar.
Na segunda, o Pittsburg começaria as vendas às 10h. Não, não, às 9h. Aí o funcionário do Pittsburg diz que seria só às 11h.
Melhor mesmo foi que os sócios só podiam comprar 4 ingressos, mas hoje houve gente que comprou 100, 200, 300 ingressos de uma vez, segundo reportagem da InterTV Cabugi.
Depois de muita confusão, os poucos ingressos para flamenguistas acabaram e estes começaram a comprar os dos americanos. Indício de confusão à vista e, somente agora, começam a dar publicidade ao fato de que não haverá troca de setores e nem torcedores adversários uniformizados no setor errado.
Até o Pittsburg desistiu de vender os ingressos. Amanhã, os poucos que restam só serão vendidos diretamente na Arena das Dunas.
É um verdadeiro samba do crioulo doido para um evento anunciado a certo tempo e que só ocorrerá em 01/10. Será que não dava para planejar antes? Será que não dava para impor a outros compradores os mesmos limites impostos aos sócios do América? Será que não dava para anunciar bem antes as condições da venda e cumpri-las, inclusive quanto à divisão dos setores?
Enfim, privilegiou-se o cambista em detrimento do consumidor do futebol. É difícil de explicar o porquê de ser esse o tratamento que torcedores merecem. especialmente após Natal ter sido palco da Copa 2014. Mas a reclamação é grande quando esses mesmos maltratados torcedores se afastam do estádio. Com um tratamento desses...