sábado, 31 de outubro de 2020

Só pelo que vi

Não vi 100% de América 0x0 Globo. Assisti ao 1.° tempo e peguei pedaços do 2.° tempo. 

O 1.° tempo me pareceu bem equilibrado, com o Globo consciente de que não poderia dar muito espaço para os volantes do América armarem o jogo. Felipe Guedes, sempre boa opção, sofreu neste quesito. Sorte que sua dupla, Romarinho, estava à altura.

Além disso, havia uma importante modificação na direita, com André Krobel no lugar de Everton Silva. Fosse o contrário, eu diria que Paulinho Kobayashi teria escalado o verdadeiro time titular na linha: Everton Silva, Edimar, Marcelo, Renan Luís; Felipe Guedes, Romarinho, Rondinelly, Elias; Augusto, Wallace Pernambucano. 

A presença de André Krobel deu uma bagunçada na marcação pela direita, justamente entre ele e Edimar. No ataque, quase ninguém acertou lançamentos para ele.

Por falar nisso, Wallace Pernambucano resolveu lembrar seus tempos de meio campista e veio algumas vezes buscar a bola dos zagueiros. Não deu certo. Errou dois lançamentos importantes para André no 1.° tempo, matando chances importantes.

Errar foi bastante comum para o América já próximo à área do Globo. A boa marcação da equipe de Renatinho causou uma certa ansiedade, principalmente nos meias americanos. E assim boas tramas se perderam. 

Do outro lado, Vitor Paiva fez algumas boas defesas, garantindo o 0x0 do 1.° tempo.

Do 2.° tempo, vi pouca coisa. Do pouco que vi, me pareceu haver uma certa acomodação com o empate em ambos os lados. 

Sobre as substituições do 2.° tempo, a única que vi mesmo foi a entrada de Thiaguinho. Até hoje não vi qual talento/habilidade em destaque trouxe esse jogador para o América e o que faz Paulinho Kobayashi ainda apostar nele.  Já começo a acreditar que ele vai fazer o gol do acesso para que eu pare de implicar.

Também não entendi a configuração do time com tantos atacantes e a troca de André Krobel por Alisson Brand. Melhor nem comentar.

O resultado em si passou longe de ser ruim, já que o América segue tranquilo na liderança de seu grupo. Entretanto, é preciso analisar com cuidado os pontos fracos do elenco. Coincidência ou não, a saída de Everton Silva aconteceu - um problema que assombrou o América nas primeiras rodadas da competição - e a sequência de vitórias do América foi interrompida. Caberiam hoje 3 zagueiros para a entrada de André Krobel com mais liberdade à frente? E quem sairia para que isso acontecesse? 

Há tempo e tranquilidade suficientes para encorpar esse time para a próxima fase. Só não vale achar que já está tudo certo pelo desempenho nessa fase de grupos. A experiência dos anos anteriores já demonstrou o quanto isso pode virar uma armadilha sem volta.

Podcast: Um Natal diferente

Como aproveitar as festas de fim de ano na pandemia.









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Manchetes do dia (31/10)

A manchete do bem: De vigia de bandeira a ajudante, bicos em campanha geram renda na pandemia.

As outras: Por falta de dinheiro, deve ser interrompido fornecimento de água a cidades no Nordeste, Preço da gasolina nos postos sobe pelo 5.° mês em outubro e retoma nível de março e Empresários dizem a Bolsonaro que não faltará soja no Brasil, mas preço não baixará.

Bom dia.

Fonte: Folha de S.Paulo

Today's headlines (10/31)

The headline for good: 2016 nonvoters, a key prize for Biden and Trump, turn out in droves.

The others: U.S. expels migrant children from other countries to Mexico, Egyptian teen seeks justice in rape case, and a battle erupts over women's rights, and Women converge on Warsaw, heightening Poland's largest protests in decades.

Good morning.

Source: The New York Times

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Manchetes do dia (30/10)

A manchete do bem: Suprema Corte rejeita novo pedido de republicanos de encurtar apuração nos estados.

As outras: La Niña retorna com tempestades, secas e mau tempo, alerta ONU, Instituto Butantan já fretou seis aviões para transportar matéria-prima da Coronavac e Glenn Greenwald acusa Intercept de censura e anuncia saída do site.

Bom dia.

Fonte: Folha de S.Paulo

Today's headlines (10/30)

The headline for good: Big tech continues its surge ahead of the rest of the economy.

The others: Economy's big rebound leaves a shortfall as progress shows, New terror attacks leave France embattled at home and abroad, and Social security seemed like a future problem. The virus changed that.

Good morning.

Source: The New York Times

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

"A gente tem feito um bom trabalho"

O zagueiro Edimar foi o entrevistado de hoje no América.

(Imagem: Canindé Pereira, América)

América x Globo
Vitória importante dentro de casa, no nosso domínio. A gente vem numa crescente muito grande e a gente não pode perder isso. A gente sabe o que a gente tem que fazer. A gente sabe que a equipe do Globo é uma equipe que se posta muito bem e que a gente já enfrentou algumas vezes, então o professor Paulinho é um cara inteligente que vai armar a nossa equipe da melhor maneira para a gente concretizar a nossa classificação para a próxima fase.

Paulinho Kobayashi
Depois de 6 vitórias... A gente sabia que era questão de tempo. Quando o professor Paulinho chegou, a gente viveu um jejum de vitórias, mas jogando bem. Então a gente sabia que uma hora ia encaixar e dar certo. Então eu creio que a nossa equipe já está com a cara do professor Paulinho, do jeito que ele quer, sabendo o que a gente precisa ajustar para a gente não tomar gol. E a gente está nessa crescente de vitórias, então eu creio que a gente está no caminho certo. 

Entrosamento da defesa
A gente tem grandes zagueiros, como você falou. Brand, Marcelo, uns caras que trabalham muito. Então também procuro trabalhar, me preparar para os jogos. A gente tem entrosamento e eu fico feliz, não só com os zagueiros, mas com os nossos goleiros também. Quem jogava era o Ewerton, agora tem jogado o Vitor Paiva e a gente tem feito um bom trabalho, mas minimizar erro para a gente não tomar gol, isso é muito importante.

Manchetes do dia (29/10)

A manchete do bem: Bolsonaro quer 5G seguro e teles terão de abrir redes para garantir velocidades.

As outras: Brasil piora posição no ranking de impunidade em homicídios de jornalistas, EUA se opõem a nigeriana para dirigir OMC e irritam países membros e Moradores do Ceará enfrentam  12h de fila por auxílio.

Bom dia.

Fonte: Folha de S.Paulo

Today's headlines (10/29)

The headline for good: Classrooms without walls, and hopefully Covid.

The others: France and Germany lock down as second coronavirus wave grows, Polish women lead strike over abortion ruling amid threats of crackdown, and Supreme Court allows longer deadlines for absentee ballots in Pennsylvania and North Carolina.

Good morning.

Source: The New York Times

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Sobre marcas e registros

Recebi ontem questionamento no Twitter de Rodrigo Freire a respeito de notícia revelando que o América-RJ efetivou o registro do nome "América Football Club" e do símbolo "AFC" e querendo saber se isso forçaria os outros Américas do Brasil a efetuarem modificações em seus escudos.

Bem, registro de marcas não é a minha praia. A última vez que vi isso efetivamente na vida foi há mais de 20 anos na faculdade de Direito. Ainda assim, me atrevi a fuçar pelo menos superficialmente o assunto.

Para a minha sorte, a lei que regula direitos e obrigações de propriedade industrial ainda é a 9.279/96, com pouquíssimas modificações. No caso dos clubes de futebol, ainda é preciso considerar a Lei Pelé, que é a 9.615/98, modificada umas trocentas vezes.

Como estamos tratando de futebol, comecemos pelo que diz a Lei Pelé a este respeito. É no art. 87 que está o mais claro regramento no que se refere aos clubes (ou entidades de prática desportiva, como a lei prefere denominar):

Art. 87. A denominação e os símbolos de entidade de administração do desporto ou prática desportiva, bem como o nome ou apelido desportivo do atleta profissional, são de propriedade exclusiva dos mesmos, contando com a proteção legal, válida para todo o território nacional, por tempo indeterminado, sem necessidade de registro ou averbação no órgão competente.

Pronto. Todo mundo protegido por prazo indeterminado tanto quanto aos seus nomes como quanto aos seus símbolos desde que existam como clubes. Fim da história.

E no caso do registro da marca? Aí o prazo da proteção já não é a perder de vista - são 10 anos, prorrogáveis sempre que forem atendidos os requisitos previstos na lei. Também pode o registro vir a ser anulado ou até caducar (neste último caso, por falta de uso).

Em geral, o que se busca ao registrar uma marca no Instituto Nacional da Propriedade Industrial é proteção do Estado contra o uso não autorizado, leia-se especialmente pirataria. No caso da atividade comercial, quem não registra sua marca não pode se levantar contra o uso dela por terceiro em verdadeira concorrência desleal. O registro traz essa proteção.

No caso do futebol, me parece que essa proteção já existe com a Lei Pelé. Acredito que os clubes estejam imbuídos de se resguardarem mais claramente em relação a outros ramos além do futebol, como a possibilidade de alguém inaugurar um bar chamado América Football Club e com o símbolo do América-RJ. Isso pode vir a ser um passo olhando mais à frente, com uma possível onda de clubes virando empresas, com acionistas e tudo mais, quando enfim teríamos entidades com donos de fato (esses já existem) e de direito.

Ainda correndo o risco do estudo superficial de quem não milita na área, e me voltando especificamente à pergunta de Rodrigo sobre se os Américas de todo o Brasil estariam agora forçados a mudar seus escudos, respondo categoricamente: não. Além do que já diz a Lei Pelé e do fato do escudo do América-RN já ter sofrido há décadas modificação que o deixou exclusivo, não me parece plausível que um registro novo possa mexer em situações já consolidadas no tempo (e bote tempo nisso!). E se formos em busca de símbolos semelhantes ou nomes parecidos, não sei nem dizer quantos clubes passariam incólumes Brasil afora, não sendo nada louco imaginar que nenhum sobraria sem modificações. 

É possível que isso tenha alguma consequência em relação a novos registros no INPI. Talvez tenha sido essa a motivação para a grande mudança que o antigo Atlético-PR, hoje Athletico-PR implantou em seu nome, seu escudo, sua mascote e que quase alterou também as cores do clube. Ser exclusivo pode ser de grande valia para um mundo cada vez mais voltado para o marketing. E a atualização de marcas e símbolos é processo corriqueiro também no futebol, ainda que seja para acrescentar estrelas (cá para nós, acho isso tão ultrapassado...) no escudo.

De um jeito ou de outro, o futebol brasileiro vai sendo empurrado à fina força para um mundo em que o esporte é cada vez mais sinônimo de negócios fora das quatro linhas.